Política

Bolsonaro incita policiais contra ‘marginais que roubam a liberdade de expressão’

A manifestação ocorre semanas após o ex-capitão decretar um perdão aos crimes de Daniel Silveira, condenado por estimular atos antidemocráticos e ameaçar instituições

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro aproveitou uma cerimônia de formatura de policiais militares em São Paulo, nesta sexta-feira 13, para dobrar a aposta em ataques às instituições.

Ele não citou diretamente o Supremo Tribunal Federal, mas disparou contra “marginais” que “roubam a nossa liberdade de expressão”. A manifestação ocorre semanas após Bolsonaro decretar um perdão aos crimes do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado por estimular atos antidemocráticos e ameaçar instituições, entre elas o próprio STF.

“Muitas vezes o nosso inimigo não está nas vielas, no topo de um morro ou nas ruas perdido por aí, armado”, disse Bolsonaro aos formandos. “Muitas vezes os nossos inimigos estão dentro de um gabinete com ar-condicionado e, ali, um burocrata que inferniza a vida de vocês após o cumprimento de uma missão.”

O ex-capitão acrescentou que as “pessoas de bem, civis e militares” – entre as quais ele diz estar – devem se unir para “garantir a liberdade, porque os marginais do passado hoje usam de outras armas, também em gabinetes com ar-condicionado, visando roubar a nossa liberdade”.

Em uma ofensiva mais clara ao STF, Bolsonaro afirmou que “os marginais” começariam “roubando a nossa liberdade de expressão, fustigando as pessoas de bem, fazendo com que elas desistam do seu propósito”.

E emendou: “Nós, Forças Armadas, nós, forças auxiliares, não deixaremos que isso aconteça. Nós defendemos a nossa Constituição, a nossa democracia e a nossa liberdade. Esse exército de pessoas de bem, civis e militares, deve se unir para evitar que roubem a nossa liberdade”.

Ainda nesta sexta, Bolsonaro viaja a Campos do Jordão (SP), onde discursará na 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista.

Em meio aos ataques do presidente da República, a crise institucional se agudiza. Nesta sexta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), usou as redes sociais para, novamente, rebater indiretamente as alegações de Bolsonaro e de seus aliados contra a democracia.

“É inacreditável que em 2022, com todos os problemas que temos no País, ainda seja necessário defender a democracia dos diversos ataques”, escreveu o senador. “A democracia é a única forma de convivemos de forma harmônica e avançarmos como Nação. Não há outro caminho aceitável.”

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