Política

Bolsonaro faz acusações sexistas contra jornalista: “Queria dar o furo contra mim”

Patricia Campos Mello é vítima de ataques após declarações falsas durante a CPMI das Fake News

Presidente da República, Jair bolsonaro, durante Solenidade Alusiva aos 400 dias de Governo. (Foto: Carolina Antunes/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro comentou, nesta terça-feira 18, sobre o caso da jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S.Paulo. O ex-capitão fez insinuações sexistas contra a profissional. “Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, afirmou, seguido por risos dele e dos demais na saída do Palácio da Alvorada.

Na CPMI da Fake News, na Câmara dos Deputados, um ex-funcionário da Yacows, empresa de disparos em massa por WhatsApp, acusou a jornalista de ter se insinuado sexualmente para obter informações sobre o local em que ele trabalhou durante a campanha eleitoral de 2018.

A jornalista publicou uma reportagem em dezembro de 2018, juntamente com o repórter Artur Rodrigues, sobre o disparo de mensagens em massa via WhatsApp, no período eleitoral, a partir do uso fraudulento de nomes e CPFs de idosos registrados em chips de celulares. A apuração tomou como base documentos e relatos obtidos junto a Hans River, ex-funcionário da Yacows, empresa especializada em marketing digital e supostamente envolvida no esquema.

Segundo a reportagem, o entrevistado mudou de ideia sobre as declarações que fez à jornalista depois de ter fechado acordo com a ex-empregadora. A jornalista apresentou trechos de conversas com Hans River, bem como áudio dele explicando o esquema de envio de mensagens, que destoam das versões apresentadas por ele na CPMI das Fake News.

Hans foi convocado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) a prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso, formada por deputados e senadores, que investiga a disseminação de notícias falsas na eleição.

Após as declarações de Hans, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, também difundiu ofensas contra a repórter em suas redes sociais, além de insinuar sobre a sua conduta. “Eu não duvido que a senhora Patricia Campos Mello, jornalista da Folha, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, é o que a Dilma Rousseff falava: fazer o diabo pelo poder”, publicou.

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