Economia

Bolsonaro diz que vai resolver ‘questão do preço do diesel’ nesta semana

Promessa ocorre logo após a ameaça de nova greve dos caminhoneiros se o preço do combustível não cair até o fim do mês

Foto: Reprodução
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Após a ameaça de nova greve dos caminhoneiros se o preço do diesel não cair, o presidente Jair Bolsonaro disse que irá ‘resolver a questão’ ainda nesta semana. A promessa ocorreu em um evento do governo federal em São Roque de Minas (MG) nesta segunda-feira 18.

No discurso, o ex-capitão garantiu ainda que irá resolver a extensão do Auxílio Emergencial também nos próximos dias. O presidente, no entanto, não forneceu detalhes de como irá atuar para baixar o combustível, nem confirmou qual será o novo valor do benefício.

“Se Deus quiser, vamos resolver essa semana a extensão do Auxílio Emergencial, como devemos resolver essa semana a questão do preço do diesel. As soluções não são fáceis, mas nós temos obrigação de mostrar a origem do problema e como resolvê-lo”, afirmou Bolsonaro no evento.

Novamente, o presidente se esquivou da responsabilidade pela alta nos preços de alimentos e combustíveis no Brasil e se eximiu da culpa pela inflação e desemprego que atinge mais de 14 milhões de pessoas. Voltou ainda a falar que o Brasil foi o país que menos sofreu economicamente durante a pandemia, alegando que ‘países de primeiro mundo’ já convivem com o desabastecimento, sem fornecer dados ou exemplos que comprovem a afirmação.

“Sabemos que o mundo todo tem inflação muito acima do esperado. Tem países de primeiro mundo que já enfrentam desabastecimento de alimentos e crise energética. O Brasil é um dos países que menos sofreu na questão econômica por ocasião da pandemia”, disse.

No discurso, Bolsonaro voltou atrás no discurso de que havia sido impedido pelo Supremo Tribunal Federal de tomar ações de prevenção contra a Covid-19, como o isolamento social. O ex-capitão afirmou que ‘tinha e tem poderes’ para tomar as decisões, mas não faz por escolha própria.

“Eu tinha poderes pra fechar o Brasil todo com decreto, mas não fechei um botequim sequer. Eu tinha e tenho poderes, por decreto, de realizar um lockdown nacional, mas não fiz, nem o farei. Eu tenho poder por decreto a exigir o passaporte da vacina, mas não farei isso porque a nossa liberdade está acima de tudo”, destacou o presidente.

Em diversas ocasiões, Bolsonaro havia alegado não ter tomado decisões para conter a pandemia por, supostamente, ter sido impedido por decisão do Supremo que concedeu autonomia a prefeitos e governadores na condução das políticas de prevenção durante este período. A decisão da Corte, no entanto, apontou a ‘responsabilidade dos três níveis’ no enfrentamento da doença.

O presidente voltou também a defender o tratamento precoce e citou o papel do Conselho Federal de Medicina na sua decisão de usar o ineficaz ‘kit covid’ como política do seu governo. A atuação do CFM é alvo da CPI da Covid no Senado, que deve denunciar o presidente do conselho no relatório final.

“Seguindo orientação do Conselho Federal de Medicina…não sou médico, mas acompanho…ele defende a autonomia do médico, se não tem um medicamento específico para aquele momento, vocês tem o dever e a liberdade de em comum acordo com o paciente e com sua família, receitar-lhe algo não previsto na bula, o conhecido tratamento off label”, explicou ao parabenizar os médicos presentes pelo dia nacional da categoria. “Vivemos no Brasil o momento de politização de uma doença, a história dirá quem tava certo”, acrescentou Bolsonaro.

Logo após dizer que não se pode chamar o seu governo de negacionista, Bolsonaro voltou a questionar a eficácia dos imunizantes.

“Não adianta chamar o governo de negacionista, nós gastamos mais de 20 bilhões de reais com vacinas, vacinas muitas ainda experimentais e a liberdade de tomar é de vocês. Não se pode perseguir quem quer que seja por não ter tomado a vacina. Temos alguns estados que estão com essa sanha. Deixo claro pra vocês que nosso ministro Queiroga estava vacinado e contraiu o vírus, assim a Tereza Cristina, assim meu filho Eduardo, assim tantas e tantas gente”, questionou.

Durante o evento, Bolsonaro elogiou diversas vezes seus ministros e chegou a dizer que o País nunca teve um governo melhor que o seu.

“Vocês nunca tiveram um presidente com a qualidade, competência e dedicação dos ministros que eu tenho. Se vocês compararem cada ministro meu com outros que os antecederam, vocês vão ver a diferença”, afirmou Bolsonaro.

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