Política

Bolsonaro diz que Moro é ‘sem caráter’ e acusa: ‘Tentou trocar o chefe da PF por uma indicação ao STF’

‘Olha, você me indica para o Supremo e daí você troca o diretor-geral’, teria dito o ex-juiz, segundo Bolsonaro; Moro nega a acusação

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro usou parte de sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira 2 para criticar o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, provável candidato ao Palácio do Planalto em 2022 pelo Podemos.

Moro e Bolsonaro disputam uma vaga no 2º turno. Nas pesquisas de intenção de voto, Lula (PT) aparece na liderança, com folga.

Levantamento Atlas Político divulgado na última terça-feira 30 mostra que o petista ampliou a vantagem sobre os adversários. No chamado ‘cenário extenso’, com mais postulantes, ele atinge 42,8% das intenções de voto. O 2º lugar é de Bolsonaro, que tem 31,5%. Moro assumiu a 3ª posição, com 13,7% das intenções, acima de Ciro Gomes (PDT), que chegou a 6,1%.

“Esse cara está mentindo descaradamente. Em vez de mostrar o que fez, fica apontando para os outros e mentindo”, disse Bolsonaro na live, em referência a Moro. Mais cedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan do Paraná, o ex-juiz afirmou que Bolsonaro comemorou a libertação de Lula, em 2019.

“É o papel de palhaço, um cara sem caráter”, prosseguiu Bolsonaro sobre Moro. Ele também declarou que, quando veio à tona o escândalo das trocas de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato, tentou “dar moral para ele, prestigiando”.

“Eu tive acesso a muita coisa que aconteceu lá. Vergonhosas trocas de informações. Mas dei moral para ele”, acrescentou Bolsonaro.

O presidente também voltou a acusar o ministro de sair do governo “pela porta dos fundos, querendo trocar o chefe da Polícia Federal com a sua indicação para o Supremo”.

“Olha, você me indica para o Supremo e daí você troca o diretor-geral”, teria dito Moro, segundo Bolsonaro.

Não é a primeira vez que Bolsonaro faz essa acusação. No início de novembro, em depoimento à Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura possível interferência ilegal na corporação, o presidente afirmou que Moro aprovaria a mudança na diretoria-geral desde que fosse indicado ao STF.

Na ocasião, Moro divulgou uma nota para rebater a alegação.

“Não troco princípios por cargos. Se assim fosse, teria ficado no governo como ministro”, diz trecho do texto. “Aliás, nem os próprios Ministros do Governo ouvidos no inquérito confirmaram essa versão apresentada pelo Presidente da República”.

Moro argumenta que Bolsonaro o pressionou pela troca na diretoria-geral da da PF em agosto de 2019 e em janeiro, março e abril de 2021. O presidente nega as acusações e alega que a saída de Maurício Valeixo foi motivada por “falta de interlocução”.

Em maio de 2020, já fora do governo, Moro prestou depoimento à PF e declarou ainda que Bolsonaro tentou, em fevereiro, trocar o superintendente do órgão no Rio de Janeiro. “A mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: ‘Moro, você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro’”, diz o relatório sobre o depoimento do ex-ministro.

CartaCapital procurou a assessoria de imprensa de Sergio Moro e atualizará esta matéria quando obtiver retorno.

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