Política

Bolsonaro diz que a população ‘se apaixonou’ por ele e mente sobre ter vencido a eleição em 1º turno

Em entrevista a uma rádio do Nordeste, o presidente da República repetiu que, ‘sem voto impresso, não haverá eleição limpa’ em 2022

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta terça-feira 27 a mentir sobre as urnas eletrônicas no Brasil, a atacar a CPI da Covid  e a defender a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos líderes do Centrão, para a Casa Civil.

Em entrevista à Rede Nordeste de Rádio, Bolsonaro ainda declarou que, ao comparar os ministros de seu governo aos de gestões anteriores, “você vê uma diferença brutal”.

“Eu fui do PP por aproximadamente 20 anos. Conheço o Ciro há muito tempo”, disse o presidente. “O Ciro está feliz. Ele falou para mim que o sonho da vida dele era ocupar um ministério como esse”.

Segundo Bolsonaro, a Casa Civil é “a alma do governo” e, com Ciro em seu comando, a interlocução com o Parlamento aumentará “de forma salutar, não de forma comprada como aconteceu no passado”.

Na sequência, o presidente tornou a afirmar, sem apresentar qualquer evidência, que houve fraudes nas eleições de 2014 – em que Dilma Rousseff, do PT, derrotou Aécio Neves, do PSDB – e nas de 2018, vencidas por ele no 2º turno.

“Eu ganhei uma eleição gastando 2 milhões e pouco por um partido que tinha oito segundos de tempo de TV. Sempre falamos em Deus, Pátria e Família. A população se apaixonou por nós”, disse, acrescentando que as urnas eletrônicas o ‘preocupam’. Novamente, ele não mostrou qualquer prova para sustentar as acusações.

“É um sistema eleitoral que deixa muitas dúvidas perante a opinião pública. Queremos eleições democráticas, o voto democrático, com a comprovação do papel do lado da urna”, prosseguiu. “Em 2018, vamos demonstrar que ganhamos a eleição no 1º turno”. Bolsonaro repetiu que, “sem voto impresso, não haverá eleição limpa, [mas] pode haver fraudada”.

Por fim, o ocupante do Palácio do Planalto atacou a CPI da Covid, que apontou omissões do governo federal no combate à pandemia e aprofunda investigações sobre indícios de corrupção na negociação por vacinas. Para Bolsonaro, a comissão apresenta “uma narrativa por semana”.

“O que o Senado contribuiu para o combate à pandemia até o momento? Nada, é um local de fofocas”, completou.

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