Política

Bolsonaro defende cloroquina e acusa imprensa de espalhar ‘pânico’ sobre a Covid-19

Presidente discursou na cerimônia de posse do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde

O presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia de posse de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Foto: Reprodução
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Durante a posse do general Eduardo Pazuello como ministro definitivo da Saúde, nesta quarta-feira 16, o presidente Jair Bolsonaro ergueu uma embalagem de hidroxicloroquina e afirmou que a imprensa causa “pânico” sobre a Covid-19.

O presidente dedicou boa parte do seu discurso na cerimônia à defesa do medicamento que não tem eficácia comprovada contra o coronavírus. Ele afirmou que aceita qualquer crítica ao remédio, “mas por parte das pessoas que possam apresentar uma alternativa”.

“Nós ousamos. Particularmente, comecei a defender a hidroxicloroquina calcado também na experiência de médicos”, disse.

O chefe do Palácio do Planalto criticou a política do isolamento social e argumentou que as medidas tomadas pelos governadores tinham o objetivo de evitar a proliferação da doença em um curso espaço de tempo, para não haver colapso no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Entendo que alguns governadores foram tomados pelo pânico proporcionado por essa mídia catastrófica que nós temos no Brasil. Não é uma crítica à imprensa, é uma constatação”, afirmou.

Bolsonaro comentou também sobre as gestões anteriores a Pazuello no Ministério da Saúde. Sobre Nelson Teich, que passou menos de um mês no cargo, o presidente afirmou que “nada foi resolvido” nas conversas reservadas. Em relação a Luiz Henrique Mandetta (DEM), ele citou a posição contrária à hidroxicloroquina como motivo para o desligamento.

“No meio militar, pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Tínhamos que fazer alguma coisa para conter as mortes pelo vírus”, declarou.

O comandante do Executivo parabenizou ainda o trabalho da equipe econômica do ministro Paulo Guedes, mesmo após dar cartão vermelho ao grupo por desavenças relacionadas ao programa Renda Brasil.

Bolsonaro reclamava sobre as críticas que recebeu da imprensa após sua primeira aparição televisiva na pandemia. Segundo ele, sua preocupação era a mesma tanto para o vírus quanto para o desemprego.

“Quero cumprimentar a equipe econômica desse ministro Paulo Guedes, que tomou uma série de medidas para conter os empregos no Brasil. Parabéns, Paulo Guedes, parabéns à nossa equipe de ministros”, disse.

Em seu discurso, Eduardo Pazuello citou iniciativas da sua gestão contra a crise sanitária e agradeceu o ex-ministro Nelson Teich pela recepção em sua transição.

De acordo com o general, a tendência dos índices da pandemia no Brasil está em declínio em diferentes regiões. O militar defendeu “naturalidade em conviver com a doença, assim como todas as outras do nosso cotidiano” e afirmou que não ocorrerá colapso no SUS.

“Nós vimos que não era o melhor remédio o ‘fique em casa’ esperando falta de ar”, disse. “O tratamento precoce salva vidas. Por isso, temos falado dia após dia: não fique em casa esperando falta de ar. Não espere, procure um médico já nos primeiros sintomas.”

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