Política

Bolsonaro chama jornalistas de bundões ao relembrar histórico de atleta

Presidente repetiu defesa da cloroquina em segundo dia seguido de ataques à imprensa

Presidente Jair Bolsonaro em cerimônia de defesa da cloroquina (Foto: Reprodução/TV Brasil)
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O presidente Jair Bolsonaro chamou jornalistas de bundões ao dizer que tem mais chances de sobreviver à Covid-19 do que eles. A declaração foi feita nesta segunda-feira 24 em uma coletiva que reuniu médicos defensores do uso da hidroxicloroquina no Palácio do Planalto.

Em sua fala, o presidente contava que já tinha vivenciado a situação de salvar uma vida quando ajudou um soldado que se afogava em seus tempos de Exército.

Ao retomar o caso, Bolsonaro disse que a imprensa o atacou em relação ao seu “histórico de atleta” – expressão utilizada por ele um um pronunciamento nacional no começo da pandemia, no qual minimizou os efeitos futuros do coronavírus no Brasil.

“Eu era um jovem aspirante do Exército, tinha 23 anos, sempre fui atleta… o pessoal da imprensa vai pro deboche, mas quando pega num bundão de vocês, a chance de sobreviver é bem menor. Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade em grande parte – tem exceções, como aqui o Alexandre Garcia -, a chance de sobreviver é bem menor do que a minha.”, afirmou Jair Bolsonaro.

Defesa da hidroxicloroquina

No evento, Bolsonaro voltou a afirmar que queria impor o uso da hidroxicloroquina no tratamento para Covid-19, mesmo sem aval científico.

O presidente relembrou a relutância do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta de prescrever um medicamento sem essa segurança. Mandetta acabou sendo demitido, assim como seu sucessor, Nelson Teich.

Bolsonaro citou que soldados que atuaram na Guerra do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial utilizaram água de coco na falta de soro. O paralelo foi feito para justificar a recomendação da hidroxicloroquina. “Se não tivesse que esperar comprovação científica, muitas vidas poderiam ser salvas.”, afirmou Bolsonaro.

Assista à fala completa de Bolsonaro abaixo:

Ofensas à imprensa

Com essa fala, já é o segundo dia seguido que o presidente tece comentários ofensivos à imprensa. No domingo 23, o presidente ameaçou “encher a boca” de um repórter do jornal O Globo “de porrada” ao ser questionado sobre as investigações do esquema de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O Ministério Público verificou que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, repassou 89 mil reais à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Nas redes sociais, surgiu um movimento que reforçou o questionamento a Bolsonaro. A pergunta “Presidente, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?” chegou aos assuntos mais comentados no Twitter.

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