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Em vez de embaixada, Brasil abrirá representação comercial em Jerusalém

O militar chegou ao país neste domingo e chamou premiê Netanyahu de “irmão”; iniciativa tem menos peso do que a transferência de chancelaria.

Bolsonaro e Araújo: Qual a graça (Foto: Marcos Côrrea/PR)
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A visita oficial de Jair Bolsonaro a Israel, iniciada neste domingo 31, já rendeu acordos entre os dois países. Pouco depois de chegar ao país, o Itamaraty confirmou a abertura de uma representação comercial do país em Jerusalém.

Trata-se de um recuo na ideia inicial do governo, que prometia transferir a chancelaria brasileira para Jerusalém, alvo de disputas com a Palestina. Mas ainda traz ganho político aos israelenses que buscam legitimidade internacional aos planos de anexar a cidade e torná-la capital do país. Dois países mantêm embaixadas em Jerusalém: Estados Unidos e Guatemala.

Em um primeiro momento, o Itamaraty havia dito à imprensa que o escritório seria instalado como uma “parte da embaixada” do Brasil em Israel, que hoje está situada em Tel-Aviv. Pouco depois, o comunicado foi alterado. Com a abertura do escritório, o Brasil segue o exemplo recente da Hungria, que há pouco mais de dez dias inaugurou uma representação comercial em Jerusalém.

Viagem

Bolsonaro passará quatro dias em Israel. Em um gesto raro, foi recebido no aeroporto pessoalmente pelo primeiro-ministro Benjamin Neanyahu. Nos últimos dez anos, o israelense só recebeu cinco outros líderes estrangeiros, entre eles dois presidentes americanos e o papa Bento 16. Bolsonaro, por sua vez, o chamou de “irmão” e lembrou de uma viagem que fez ao país em 2016, quando foi batizado no rio Jordão. Na abertura e no final da fala, Bolsonaro disse em hebraico: “eu amo Israel”.

A visita de Bolsonaro ocorre em um momento delicado em Israel e para Netanyahu. Haverá eleições legislativas daqui a nove dias. E o premiê israelense se esforça para se manter no poder e projetar a imagem de líder mundial aos eleitores.

Parte da imprensa israelense vê a visita de Bolsonaro mais como um ato de campanha de Netanyahu do que uma reaproximação entre o Brasil e Israel. No início da semana, o premiê também fez uma visita relâmpago aos EUA e foi recebido pelo presidente Donald Trump.

*com informações da DW Brasil

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