Política

Alemanha congelará financiamento para projetos na Amazônia

Em entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, ministra expôs temor com políticas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL)

Desmatamento na Amazônia. Foto: Arquivo/Agência Brasil
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A Alemanha vai congelar financiamento de 35 milhões de euros, equivalentes a 155 milhões de reais para projetos de preservação da Amazônia, segundo publicação do jornal alemão Tagesspiegel deste sábado 10. O país já repassou cerca de 55 milhões de euros ao Fundo Amazônia, criado em 2008 e que também conta com apoio financeiro da Noruega.

A reportagem diz que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) provoca “reviravolta” em uma tendência que se mostrava positiva em reduzir a devastação na região. Em entrevista ao veículo, a ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, expôs temor em relação às políticas adotadas pela atual gestão.

“A política do governo brasileiro na Amazônia levanta dúvidas sobre se uma redução consistente das taxas de desmatamento ainda está sendo perseguida”, afirmou Schulze. Ela diz que o país europeu só deve retomar a cooperação quando as estratégias do governo estiverem claras.

 

O jornal alemão aponta preocupação com o crescimento de 278% no desmatamento entre julho de 2018 e julho de 2019, segundo dados de imagens via satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Além disso, o periódico supõe a possibilidade de falta de transparência nas próximas estimativas sobre a Floresta Amazônica, tendo em vista a exoneração do físico e engenheiro Ricardo Galvão da diretoria do Instituto na última semana.

No lugar de Galvão, o governo nomeou o militar da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião como diretor interino. Em vídeo nas redes sociais, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse que o sistema de monitoramento da Amazônia deve melhorar e que as crises recentes sobre o tema foram proveitosas.

“Para falar a verdade, todo esse questionamento, esses problemas, no final das contas, foram positivos para o sistema como um todo. O Inpe é um dos institutos que eu tenho grande apreço, tem grande credibilidade, e o sistema agora vai ser ainda melhor”, afirmou. “De um limão, com toda essa questão, a gente acabou fazendo uma limonada muito boa.”

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