Política

49% acreditam que Bolsonaro não fez tudo o que estava a seu alcance no caso Dom e Bruno

Apesar de cobranças de instituições brasileiras e estrangeiras, presidente tentou se afastar o episódio, conhecido por 76% do público

Foto: EVARISTO SA / AFP
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Para 49% dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez tudo o que estava a seu alcance para apoiar as investigações dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, ocorridos no início do mês na região amazônica. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na tarde deste sábado (25), 27% do público acredita que Bolsonaro fez tudo o que podia para auxiliar na resolução do caso.

Já 18% afirmam que o presidente não fez nem mais nem menos do que estava a seu alcance. Outros 6% preferem não opinar. A pesquisa também releva que 76% dos brasileiros sabiam da morte de Bruno e Dom — 25% se consideram bem informados sobre o caso. Em contrapartida, 24% dizem não ter ouvido falar do ocorrido.

O levantamento foi realizado entre quarta (22) e quinta-feira (23). Foram ouvidas 2.556 pessoas com mais de 16 anos em 181 cidades brasileiras. A pesquisa foi contratada pelo jornal Folha de S. Paulo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O governo Bolsonaro tem sido criticado por minimizar a gravidade do episódio por não mobilizar forças suficientes para buscar Bruno e Dom após os dois desaparecerem na floresta. Entidades internacionais, como o Alto Comissariado para Direitos Humanos das Nações Unidas e a embaixada britânica pressionaram o governo brasileiro para agir.

O Judiciário brasileiro também se mexeu. A Defensoria Pública da União foi à Justiça pedir o uso de helicópteros nas buscas. A pedido da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) também cobrou respostas do governo. Bolsonaro, no entanto, rebateu Barroso e afirmou que o ministro se preocupava “apenas com esses dois” e não com as “dezenas de milhares de pessoas que desaparecem todo ano” no país. “Nós, via nosso Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, nos preocupamos com todos os desaparecidos no Brasil”.

Bolsonaro tentou ao máximo tomar distância do caso. Chegou a insinuar que a culpa era das vítimas ao dizer que eles entraram em uma “aventura não recomendada”. Também afirmou que Dom “era malvisto na região” porque suas reportagens denunciavam o garimpo ilegal e a depredação da floresta. Bolsonaro é um defensor do garimpo em terras indígenas.

O presidente defendeu a atuação do governo no episódio. Durante a Cúpula das Américas, realizada nos Estados Unidos, disse que as Forças Armadas e a Polícia Federal estavam em uma “busca incansável para alcançar essas pessoas”. Até agora, três suspeitos de assassinar Dom e Bruno já foram presos.

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