Opinião

Quem é mais bem preparado entre Trump, Xi Jinping e Jair Bolsonaro?

Brasileiro é tão bobinho que achou que iria se beneficiar da tal guerra comercial. Mais uma vez, olhou para seu próprio umbigo

Dos US$ 185 bilhões exportados pelo Brasil no ano passado, 40% foram de produtos agropecuários
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Assim eram eles, quando formaram o grupo musical-comunitário. Lindos, como provavelmente deve haver outros no Brasil atual, fruto de meu passadismo. Somente não sei se com as mesmas alegrias, rebeldias e criatividade dos Novos Baianos, em ano como o de 1972. Lembram-se o que acontecia neste país enjaulado, enquanto nas demais partes do mundo a luta era por liberação política em costumes e cultura?

Assistam a documentários sobre a época. Ajudarão aos mais jovens diante do momento nacional de fascismo, retorno ao autoritarismo, ignorância e ódio. A idade me fez ver tudo, como se dizia, “ao vivo e a cores”, mas revê-los me ajuda a sobreviver e resistir. O YouTube me oxigena. Não os cabelos, que os tenho poucos, mas a alma.

Já avisei: sou mais cronista do que analista econômico. Embora também nisto erro pouco. Se algum jovem lê um articulista, como este, voltado para os agronegócios com uma visão progressista, poderá projetar que a comunidade Novos Baianos foi um grupo musical fundamental para a cultura e as artes brasileiras. Elas, das mais ricas do planeta, daí indestrutíveis diante da vontade de tosco governo.

Com a cultura, pois, estou mais sossegado. A cultura de um povo e as condições intrínsecas de produção artística são fracas diante de ações fascistas. Vejam a força das artes e cultura nas Alemanha e Itália, na volta do pós-guerra.

Pois bem, correm mais riscos os negócios agropecuários em todos os seus segmentos. A estabilidade da produtividade nacional brasileira poderia ser a mesma, se não tivessem escolhido em massa esse incompetente. Que fosse Álvaro Dias, afinado com os ruralistas, outro qualquer.

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Ganharam, ignorantes, envolvidos num projeto militarista, religioso e neoliberal contra a inserção social. País rico, mas um dos mais desiguais do mundo, pois direciona suas riquezas a pequeno percentil da população.

E a agropecuária, poderão perguntar? Tenho horror de escrever sobre isso, pois tão óbvia, quando “vista assim do alto” (Paulinho da Viola). E tão miserável quando vista pela lupa.

Quando não há evolução, direcionamento, sempre escrever parecerá obrigação. O que mais querem saber? Há quantas colunas venho escrevendo que os EUA não são clientes, mas concorrentes do Brasil e dos mais inclementes, sobretudo com Donald “Pele Laranja” Trump no poder?

Nossos ínclitos produtores não deram a mínima, olímpicos que são.

Se, quase certo, o acordo bilateral EUA e China acontecer, as exportações de grãos do Brasil, em milhões de dólares anuais, serão fortemente prejudicadas. Uma perda enorme. Desequilibrará o comércio mundial e mais prejudicará o Brasil, que tornará vã sua competitividade.

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O déficit comercial dos EUA com a China atinge 420 bilhões de dólares. O que Trump fez? Impôs pesadas taxas sobre as importações da China. Em torno de 250 bilhões de dólares. O Império do Meio retrucou, especialmente em soja.

Brasileiro é tão bobinho que achou que iria se beneficiar da tal guerra comercial. Mais uma vez, olhou para seu próprio umbigo, aumentou 8 bilhões de dólares suas exportações para a China.

Finito. Com o acordo, a China deverá comprar 30 bilhões a mais dos EUA. Tomando, o que foi feito em 2017 e 2018, serão 50 bilhões, o que precisará incluir no perfil milho, algodão e etanol.

Deixo aqui duas perguntas que não querem calar:

1- Quem é mais forte entre EUA, China e Brasil?

2- Quem é melhor preparado entre Trump, Xi Jinping e Jair Bolsonaro?

Cêis quem sabem. Inté.

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