Opinião
Os ingênuos e arrogantes não se preparam para enfrentar as batalhas reais das eleições
Para usar uma metáfora esportiva, o jogo eleitoral de 2022 será abaixo da linha da cintura. Lula será atacado por toda ordem de questões
Análises e entrevistas de representantes das esquerdas passam a impressão de que as eleições presidenciais de 2022 serão uma espécie de convite para jantar. Lula estaria praticamente eleito, talvez no primeiro turno. São análises impressionistas. Tomam os números das pesquisas de hoje como dados da realidade da disputa de 2022. Servem para deseducar os ativistas e os movimentos sociais. Semeiam um ufanismo desmobilizador e arrogante.
Para usar uma metáfora esportiva, o jogo eleitoral de 2022 será abaixo da linha da cintura. Lula será submetido a duríssimos ataques, tanto nos espaços legais e institucionais quanto nos espaços ilegais e subterrâneos, onde vale tudo. Quem acreditar que esse jogo bruto não vai existir será um arrematado ingênuo. Lula será atacado por toda ordem de questões morais e, com maior evidência, como corrupto e comunista.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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