Opinião

Mino Carta: Boulos e Marília Arraes são a garantia do futuro

“CartaCapital” apoia a candidatura de dois colunistas fiéis agora afastados

Marília Arraes e Guilherme Boulos
Marília Arraes e Guilherme Boulos. Fotos: Redes Sociais Marília Arraes e Guilherme Boulos. Fotos: Redes Sociais
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O mundo continua muito intrigado com o Brasil, país peculiar, diria um lorde inglês. Depois do seu patético discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, os índices de aprovação do presidente da República cresceram de forma expressiva. Não é por causa do discurso em si, ao que tudo indica, há de ser sobretudo por obra do bolsa família bolsonarista, inventado à imitação de Lula com ponderável êxito. Sobra a estranha sensação de que as lorotas do ex-capitão, tal como aquela sobre a umidade a impedir a queima da Floresta Amazônica, ou sequer são anotadas pela população nativa, ou a convencem sem maiores entraves.

 

A reação da maioria dos brasileiros diante dos comportamentos do seu presidente é motivo da perplexidade global, quando não for do espanto. Qual é o povo fustigado sem piedade pela pandemia – cerca de 900 falecidos por dia e acima de 150 mil infectados –, capaz de engolir o bestialógico do seu presidente, bem como as artimanhas a mirarem no pleito de 2022 em que Bolsonaro espera reeleger-se? As favas já não estão contadas, mas a hipótese da permanência do bolsonarismo é potável.

A caminho de 2022 há outro pleito, vem aí a cerca de 50 dias e vai eleger 5.570 prefeitos, entre eles o de duas capitais especialmente importantes, São Paulo e Recife. Em ambas CartaCapital apoia aqueles que reputa nomes irrefutáveis, por sinal de colunistas fiéis agora afastados por causa da campanha eleitoral. Refiro-me a Guilherme Boulos e Marília Arraes. Estes são referência inevitável, mas ao mesmo tempo amplamente justificada.

A caminho de 2022 há outro pleito, vem aí a cerca de 50 dias e vai eleger 5.570 prefeitos, entre eles o de duas capitais especialmente importantes, São Paulo e Recife

Boulos conheço há longo tempo, desde quando liderava o movimento dos sem-teto, com firmeza, desassombro e inegável êxito. Trata-se de uma liderança muito promissora, alinhada nos princípios e nos valores da verdadeira democracia e da civilização. O ex-presidente Lula, pronto a dizer que estará ao lado de qualquer candidato capaz de livrar o Brasil de Bolsonaro e do bolsonarismo, deve anotar o nome de Boulos para o futuro próximo, quem sabe empenhando-se na sua campanha atual, na perspectiva de uma vitória que não deixaria de ser o primeiro passo de algo bem maior.

Recordo a presença de Boulos no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, quando a ameaça de prisão iminente rondava o ex-presidente, bem como a condenação sem provas para impedir sua participação do pleito de 2018 como candidato imbatível. Foi aquele um dos momentos cruciais do golpe originado pela Lava Jato e destinado a tornar inevitável a eleição de Bolsonaro um punhado de anos depois. Boulos lá estava, a provar a sua concordância com o ideário do líder. Conheci Boulos pela mão de um grande amigo, Walfrido Warde Jr., outro de nossos colunistas, e foi um encontro muito feliz, pela parte que me toca. Percebe-se em Boulos uma energia invulgar aliada ao discurso de quem conhece como poucos os males do Brasil.

Conheci Marília Arraes em Salvador, onde me encontrava para participar de um debate, mas foi um contato rápido e mais ou menos ocasional. Mas cada vez mais entendi o que a move, conforme uma tradição familiar muito forte, pela leitura da sua coluna. São figuras deste porte que se habilitam a representar um dique eficaz contra a praga bolsonarista.

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