Opinião

Indígenas, quilombolas, animais

Nesta Federação de Corporações, poder incumbente de Regente Insano Primeiro (RIP), clã, acólitos e apoiadores, não se cogita terraplanismo?

Terra plana
Nesta Federação de Corporações, poder incumbente de Regente Insano Primeiro (RIP), clã, acólitos e apoiadores, não se cogita a tese do terraplanismo? Foto: iStock Nesta Federação de Corporações, poder incumbente de Regente Insano Primeiro (RIP), clã, acólitos e apoiadores, não se cogita a tese do terraplanismo? Foto: iStock
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Indígenas, quilombolas, animais. Sim, em relação aos últimos, as duas primeiras categorias apresentam uma diferença básica. Racionalidade e irracionalidade, parece. Não correrei, porém, aos compêndios sobre biologia para constatação, esta ou outra. No planeta sempre haverá alguém disposto a contrariar a ciência.

Nesta Federação de Corporações, poder incumbente de Regente Insano Primeiro (RIP), clã, acólitos e apoiadores, não se cogita a tese do terraplanismo? Pois então.

Independente de classificações genéticas ou taxonômicas, acontece, hoje em dia, no Brasil, um crime lesa-humanidade, no seu mais amplo significado, pois causado pelos chamados humanos racionais (?). Salvos os MC’s.

Refiro-me aos desastres ambientais, causados por ogros e pouco combatidos por toscos, para estupor do mundo. Ficam governo e seus representantes relatando desculpas esfarrapadas, que somente são aceitas por ignaros bolsonaristas.

Essa conduta faz a economia brasileira sofrer e ser ameaçada, sobretudo o setor do agronegócio. Tal insensibilidade, como burrice e impostura, faz doer no bolso. Deve-se acrescentar política diplomática tacanha que permite antipatia e condenação se espraiarem por outros setores do comércio e das ajudas do exterior. De forma Inteligente, empresas privadas, bancos e tradings inclusive, promovem ações para impedir ou, pelo menos, amenizar a demência do governo, à frente Ricardo “Playboy” Salles, mentor do genocídio ambiental que ora patrocinamos.

Independente de classificações genéticas ou taxonômicas, acontece, hoje em dia, no Brasil, um crime lesa-humanidade

A cada notícia, matéria, reportagem, informações que recebo de meus correspondentes, na impossibilidade atual de verificar o desastre in loco, mais doem os acontecimentos no Pantanal, na Floresta Amazônica ou Mata Atlântica, 80% causadas por ação humana, e resultado de décadas de descaso e impunidade de governos e sociedade, hoje em dia ao ponto de catástrofe.

Chama-se o general vice-presidente Hamilton Mourão para coordenar a salvação. Nele, não gosto do arame farpado atado à mentalidade “Ustra”, e gosto da máscara contra a Covid-19, que exibe com o distintivo do Flamengo. A “salvação” esperarei.

Idoso e no alto risco, o que não gostaria mais de esperar é o despertar do povo, que portasse suas “Irene” (Tom Zé), metralhas salvadoras, rindo dos que saem do esgoto para aniquilar índios, povoações quilombolas, e animais.

Flora queimada e retorcida em cinzas, esqueletos de mamíferos, lagartos sem ossificação identificável, onças e jaguatiricas lindas, que não sabem se suas patas, mesmo que tratadas por abnegados veterinários, zootecnistas, biólogos, poderão voltar ao habitat natural, pássaros mortos pela fumaça tóxica ou desorientados em seus voos. Rios e córregos secando.

Não acreditem em sazonalidade climática. Existe, mas não com essa fatal intensidade. É como se Adélio, Queiroz e clã estivessem no microfone do País. Sei que seus “alto-falantes põem seus olhos grandes sobre mim” (Tropicália, Caetano Veloso).

Muitas espécies de animais desses ecossistemas estão perto da extinção. E nós, estúpidos, a crer numa conspiração de ONGs estrangeiras interessadas em nossos tesouros, roubados sob nossas caras há séculos, desde o período colonial.  

Parem, imediatamente, de matarem meus bichos!

Nesta altura da vida fiquei muito sensível. Vocês não? Onça com as patas sangrando, iguanas e jacaré sem água, pássaros intoxicados, filhotes fugindo apavorados, trazem-me às lágrimas.   

Inté!

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