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Ucrânia denuncia ataque cibernético massivo e Rússia indica ‘sabotagem’ em explosão na Crimeia

Também nesta terça 16, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou Washington de ‘prolongar’ a guerra no Leste Europeu

Central da usina nuclear ucraniana alvo de ataques. Foto: Ed Jones/AFP
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A operadora das centrais nucleares da Ucrânia denunciou nesta terça-feira 16 um ataque cibernético massivo da Rússia contra sua página na internet, enquanto o Kremlin indica uma “sabotagem” na explosão de um arsenal militar na Crimeia.

O ciberataque contra a Energoatom “provém do território russo” e foi “o mais potente desde o início da invasão” contra esse portal, indicou a estatal ucraniana, acrescentando que “não houve impacto considerável no trabalho do site”.

O setor nuclear ucraniano está na linha de frente da guerra e das preocupações mundiais, com acusações entre os países pelo bombardeio à central de Zaporizhzhia, ocupada pelas tropas de Moscou desde março.

O conflito na Ucrânia provocou tensões sem precedentes desde a Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta terça-feira Washington de “prolongar” a guerra.

Moscou esperava acabar rapidamente com o regime pró-ocidental de Kiev, mas não conseguiu ocupar a capital. Desde então, a ofensiva se concentra em uma ocupação parcimoniosa, porém mortal, do leste e do sul da Ucrânia.

“A situação na Ucrânia demonstra que os Estados Unidos estão tratando de prolongar este conflito”, afirmou Putin, criticando em particular o apoio militar americano a Kiev.

Reunião Zelensky-Erdogan-Guterres

Em meio às hostilidades, o primeiro navio fretado pelas Nações Unidas zarpou do sul da Ucrânia com grãos para a África, graças a um acordo entre Moscou e Kiev com mediação turca, para permitir a passagem por portos ucranianos bloqueados.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, receberá na quinta-feira em Lviv (oeste) seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

No encontro “será analisada” a implementação do acordo que permite a exportação de grãos e será abordada “uma série de temas em geral, como a necessidade de uma solução política ao conflito”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em coletiva de imprensa em Nova York. “Não tenho nenhuma dúvida de que também será discutido o tema da central nuclear (de Zaporizhzhia).”

“Sabotagem” na Crimeia

As acusações de Putin contra os Estados Unidos coincidiram com novas explosões em bases militares da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 e usada como base logística das operações na Ucrânia.

Um arsenal pegou fogo na madrugada desta terça-feira, provocando a explosão das munições no distrito de Dzhankoi (norte da Crimeia), informou o Ministério russo de Defesa.

Dois civis ficaram feridos e os moradores de uma cidade próxima foram evacuados, de acordo com o governador da Crimeia, Serguei Aksionov.

O incidente foi provocado por “um ato de sabotagem”, alegou o Exército russo, sem indicar culpados.

“Algumas infraestruturas civis, entre elas um cabo de alta tensão, uma central elétrica, uma via férrea, além de várias residências, ficaram destruídas”, acrescentou o relatório militar.

Há uma semana, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas em explosões semelhantes em uma base aérea russa na Crimeia.

No Donbass (leste), a Ucrânia denunciou uma ofensiva russa “massiva” sobre uma refinaria de petróleo na recém-tomada cidade de Lysychansk.

Desde o início da invasão, as potências ocidentais impuseram duras sanções à Rússia com o objetivo de isolar o país econômica e diplomaticamente.

A Finlândia anunciou nesta terça que a partir de 1° de setembro limitará os vistos turísticos a cidadãos russos a 10% do volume atual.

Temores por “catástrofe” nuclear

A central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, se tornou há vários dias a principal preocupação do conflito.

Zelensky advertiu nesta terça que uma “catástrofe” na central afetaria toda a Europa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou em ligação telefônica com Zelensky sua “preocupação pela ameaça” das tropas russas “sobre as garantias e a segurança” da central e “pediu a retirada dessas forças”, informou a Presidência francesa.

Estônia retira monumentos soviéticos

A Estônia, que, como a Ucrânia, já foi parte da União Soviética, decidiu retirar monumentos que remetiam a essa época.

“Como símbolos da repressão e da ocupação soviética, [esses monumentos] se tornaram fonte de crescentes tensões sociais”, tuitou a primeira-ministra Kaja Kallas.

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