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Trump põe fim a treinamentos antirracismo em agências governamentais dos EUA

Protestos antirracistas eclodiram nas principais cidades do País após a morte de George Floyd, em maio

Trump põe fim a treinamentos antirracismo em agências governamentais. (Foto: Brendan Smialowski / AFP) Trump põe fim a treinamentos antirracismo em agências governamentais. (Foto: Brendan Smialowski / AFP)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que agências governamentais encerrem as sessões de treinamento antirracismo para funcionários federais alegando que constituem uma “propaganda divisiva e não americana”.

A ordem surge em um momento em que Trump tenta chamar a atenção de sua base eleitoral de pessoas brancas de colarinho azul enquanto trava uma difícil batalha pela reeleição em meio a um pesado ajuste de contas nacional devido à injustiça racial na polícia e em outras esferas.

Em um memorando, o Gabinete de Administração e Orçamento da Casa Branca citou relatos de que “funcionários de todo o Poder Executivo foram obrigados a participar de treinamentos nos quais são informados de que ‘virtualmente todos os brancos contribuem para o racismo’ ou onde são obrigados a dizer que ‘se beneficiam do racismo'”.

E acrescentou: “De acordo com relatos da imprensa, em alguns casos esses treinamentos afirmam ainda que há racismo embutido na crença de que a América é a terra das oportunidades ou na crença de que a pessoa mais qualificada deve conseguir um emprego.”

“O presidente me instruiu a garantir que as agências federais parassem e desistissem de usar o dinheiro dos contribuintes para financiar essas sessões de treinamento de propaganda divisiva e não americana”, escreveu o diretor do gabinete, Russell Vought.

Ele instruiu as agências a “identificar todos os contratos ou outros gastos relacionados a qualquer treinamento em ‘teoria crítica da raça’, ‘privilégio branco’ ou qualquer outro treinamento ou esforço de propaganda que ensine ou sugira (1) que os Estados Unidos são inerentemente um país racista ou maligno ou (2) que qualquer raça ou etnia é inerentemente racista ou maligna”.

“A propaganda divisiva, falsa e degradante do movimento da teoria crítica da raça é contrária a tudo o que defendemos como americanos e não deveria ter lugar no governo federal”, acrescentou o memorando.

Manifestante do Vidas Negras Importam. (Foto Kena Betancur / AFP)

Trump reforçou a iniciativa na manhã deste sábado, disparando mais de 20 tweets e retweets sobre o assunto. Um deles chama a teoria crítica da raça de “a maior ameaça à civilização ocidental”. “Não mais!”, escreveu Trump.


Protestos antirracistas eclodiram nas principais cidades dos EUA após a morte de George Floyd, um homem negro que foi morto pelas mãos de um policial branco em maio, em Minneapolis. No mês passado, as manifestações foram reacendidas com a morte de outro homem negro, Jacob Blake, baleado pelas costas por outro policial branco, em Kenosha, Wisconsin.

Trump – que está forçando uma dura linha de lei e ordem na corrida pelas eleições de novembro – classificou esses manifestantes como anarquistas violentos.

Esta semana, o presidente visitou Kenosha, mas não se encontrou com a família de Blake, que ficou paralisado da cintura para baixo. Em vez disso, se reuniu com autoridades policiais e foi conferir os danos dos protestos provocados pelo tiroteio.

O adversário eleitoral de Trump, Joe Biden, também visitou a cidade esta semana. Ele conversou com Blake por telefone e se encontrou pessoalmente com sua família.

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