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Theresa May busca apoio para acordo do Brexit

Após anunciar acerto com a União Europeia para saída do bloco, primeira-ministra britânica reúne gabinete para avaliar acordo

May e defensores do pacto reconhecem que proposta não é perfeita, mas argumentam que outra opção é Brexit sem acordo
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Depois de longas e penosas negociações, União Europeia (UE) e Reino Unido aparentam estar próximos de um acordo para a saída dos britânicos do bloco. Na noite da terça-feira 13, o gabinete da primeira-ministra Theresa May anunciou que os dois lados haviam se acertado sobre uma proposta de acordo.

O líder da bancada conservadora no Parlamento Europeu, Manfred Weber, confirmou a notícia em declarações à emissora alemã ARD. Mas ainda não houve uma confirmação da própria União Europeia. “As negociações entre a União Europeia e o Reino Unido sobre um acordo de saída continuam e não estão encerradas”, afirmou um porta-voz do ministro irlandês do Exterior, Simon Coveney.

Ainda assim, foi convocada para esta quarta-feira uma reunião especial dos 27 representantes dos Estados que permanecerão na UE. Diplomatas disseram que, na reunião, será debatido o projeto de acordo.

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A emissora irlandesa RTE noticiou, citando membros do governo da Irlanda, que o acordo alcançado evita o retorno de controles na fronteira entre a Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte. Essa era uma das questões centrais das negociações.

O acordo fechado pelos negociadores ainda precisa ser aprovado em Londres e em Bruxelas. Na capital britânica, May convocou uma reunião do gabinete de governo para esta quarta-feira, às 14h, para avaliar o projeto e decidir os próximos passos.

O governo, assim como o Partido Conservador, está dividido. Alguns parlamentares e membros do governo afirmam que o acordo deixará o Reino Unido acorrentado à União Europeia depois da saída do país do bloco. May e os defensores do pacto concordam que ele não é perfeito, mas argumentam que a outra opção é sair do bloco sem acordo, o que poderá causar enormes prejuízos para a economia britânica.

O ex-ministro do Exterior William Hague alertou que, se o acordo for rejeitado, o resultado podem ser novas eleições, um novo governo e um novo referendo. “Aí o Brexit poderá jamais acontecer“, afirmou.

Se o governo britânico aprovar o acordo, ainda faltará a aprovação da União Europeia e, depois, do Parlamento britânico. A saída do Reino Unido da União Europeia está marcada para 29 de março de 2019.

May fica no cargo

A primeira-ministra venceu nesta quarta 12 a votação no Parlamento e permanecerá no cargo. May enfrentou um voto de desconfiança sobre a liderança do seu partido, o Conservador, depois que mais de 48 correligionários apoiaram a medida. Mas, nesta quarta, foram 200 votos favoráveis à sua manutenção na liderança – e consequentemente como premiê – e 117 contra. Ela precisava de 159 votos para continuar.

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