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Para driblar sanções ocidentais, Putin defende aproximação com países dos Brics

Declaração do presidente russo ocorre na véspera da cúpula virtual entre os países do bloco

Foto: Mikhail METZEL / SPUTNIK / AFP
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O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu nesta quarta-feira (22) a importância de reforçar os vínculos entre os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para enfrentar as sanções ocidentais sem precedentes contra a economia russa, provocadas pelo invasão da Ucrânia.

“Os empresários dos nossos países são obrigados a desenvolver suas atividades em condições difíceis, já que os sócios ocidentais omitem os princípios de base da economia de mercado, do comércio livre”, disse o presidente russo aos participantes do fórum econômico do Brics, na véspera da cúpula virtual entre os países.

O presidente russo denunciou “a aplicação permanente de novas sanções por motivos políticos”, que contradizem “o bom senso e a lógica econômica elementar”.

Nesse contexto, a Rússia está “redirecionando ativamente seus fluxos comerciais e contatos econômicos estrangeiros para parceiros internacionais confiáveis, especialmente os países do Brics“, destacou Putin.

“As negociações estão em andamento para abrir lojas da rede indiana na Rússia e aumentar a participação de carros chineses (…) no mercado russo”, disse ele.

“As entregas de petróleo russo para China e Índia estão aumentando. A cooperação agrícola está se desenvolvendo de forma dinâmica”, assim como a exportação de fertilizantes russos para os países do grupo, segundo o presidente russo.

A Rússia também quer trabalhar com seus parceiros “mecanismos alternativos de transferência internacional” e uma “moeda de reserva internacional”, para reduzir a dependência do dólar e do euro.

China adverte contra “alianças militares”

O presidente da China, Xi Jinping, advertiu nesta quarta-feira (22) contra a “ampliação de alianças militares” em um discurso antes do início da cúpula virtual com os líderes da Rússia, Índia, Brasil e África do Sul.

Xi disse no fórum empresarial do bloco que a “crise da Ucrânia é um alerta” e advertiu contra “a expansão de alianças militares e a busca da própria segurança às custas da segurança de outros países”, segundo a imprensa estatal.

O presidente chinês também criticou as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia à Rússia, assegurando que “as sanções são um bumerangue e uma faca de dois gumes”. O bloco Brics de economias emergentes, criado em 2009, reúne 40% da população global e representa quase um quarto do PIB mundial.

Três de seus membros – China, Índia e África do Sul – se abstiveram de votar uma resolução para condenar a invasão russa da Ucrânia. A China e a Índia têm fortes laços militares com a Rússia e compram quantidades significativas de petróleo e gás.

Há uma semana, Xi expressou seu apoio a questões de “soberania e segurança” em uma ligação com o russo Vladimir Putin, levando os Estados Unidos a pedir a Pequim que evite se colocar no “lado errado da história”.

A África do Sul, um dos poucos países africanos com influência diplomática fora do continente, também se recusou a condenar a ação militar da Rússia, para salvaguardar importantes laços econômicos.

(Com informações da AFP)

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