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Países europeus viram palco para o ‘Fora, Bolsonaro’

Há registros de protestos contra o presidente brasileiro na França, na Holanda, na Alemanha, em Portugal, na Suíça e Inglaterra

Foto: FIBRA-Frente Internacional Brasileira Contra o Golpe e Pela Democracia
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Milhares de brasileiros voltaram às ruas neste sábado 3 – no Brasil e no mundo – para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro, que será investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostamente não ter denunciado suspeitas de irregularidades na negociação de vacinas contra a Covid-19.

Este é o terceiro dia de manifestações contra o governo, que enfrenta uma pressão cada vez maior por conta da investigação parlamentar sobre supostas omissões no gerenciamento da pandemia.

Na Europa, a imagem mais marcante dos protestos foi registrada na França e pôde ser vista por milhares de espectadores que acompanham a legendária prova ciclística Tour de France. No trajeto dos ciclistas, um manifestante escreveu com um giz no asfalto “Fora Bolsonaro”. A imagem foi captada por um drone que imortalizou o protesto.

Brasileiros e estrangeiros foram às ruas das principais capitais europeias pedir o impeachment do presidente negacionista. No Twitter, desfilam imagens dos protestos em Paris, Lisboa, Coimbra, Genebra, Amsterdã, Viena e cidades da Alemanha. As faixas e cartazes exibem com frequência a palavra “genocida”, acusação que é feita a Bolsonaro pela morte de mais de 522 mil brasileiros na pandemia. Atos estavam confirmados em 35 cidades no exterior, segundo a Frente Internacional Brasileira – Fibra.

Nos dois primeiros meses de audiências, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pelo Senado, focou principalmente no atraso do governo em fechar acordos com empresas farmacêuticas para a compra de vacinas, ao mesmo tempo em que o presidente promoveu o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19 – como a hidroxicloroquina. Os senadores também elencaram as inúmeras declarações críticas de Bolsonaro contra o distanciamento social.

Mas desde a semana passada, o depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM/DF) e de seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, mudaram o foco das investigações. O parlamentar confirmou que Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR), numa conversa em que Miranda relatou ao presidente que seu irmão vinha sofrendo pressões para liberar um contrato de compra da vacina Covaxin que aparentava ter irregularidades. Bolsonaro teria prometido encaminhar o caso à Polícia Federal, o que aparentemente não fez.

Isso resultou, na sexta-feira 2, na abertura de uma investigação da Procuradoria-Geral da República contra o presidente, que vai apurar se Bolsonaro cometeu ou não o crime de “prevaricação”, ao supostamente não denunciar as suspeitas de irregularidades.

Outras denúncias que a CPI investiga e que causaram polêmica esta semana vieram de um empresário que alegou ter recebido um pedido de suborno do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, enquanto supostamente negociava com o governo a venda de vacinas. Dias nega ter pedido propina, mas foi exonerado do cargo.

Bolsonaro continua negando que tenha ocorrido qualquer ato de corrupção em seu governo. O presidente insiste em dizer que a CPI da Covid-19 é uma “palhaçada”.

A oposição apresentou esta semana um “superpedido de impeachment”, que reúne uma centena de pedidos já apresentados à Câmara dos Deputados, com mais de 20 denúncias diferentes contra o presidente.

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