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Os bastidores burocráticos da nota do PT em defesa da ‘vitória’ na Nicarágua

O texto classifica o pleito como ‘grande manifestação popular e democrática’. Gleisi Hoffmann desautorizou a publicação

Daniel Ortega ao lado da mulher, a vice-presidente vice-presidenta Rosario Murillo Cesar PEREZ PRESIDENCIA NICARAGUA/AFP
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A nota do PT em defesa das eleições de fachada na Nicarágua teve péssima repercussão na imprensa e nas redes sociais.

O texto, publicado na segunda 8, saúda em nome do partido a vitória de Daniel Ortega como uma “grande manifestação popular e democrática”. O líder sandinista teve 75% dos votos, em um contexto de prisão de opositores e banimento de rivais eleitorais.

Quem assina a nota é Romênio Pereira, atual secretário de Relações Internacionais do partido. Pereira, junto da ex-secretária Monica Valente, são ativos no Foro de São Paulo, organização que, ao contrário do que prega Olavo de Carvalho, é mais um convescote do que uma grande conspiração pela a glória do comunismo na América Latina.

Parte da razão desses encontros é, justamente, o apoio mútuo entre seus participantes. Daí o interesse, avaliam alguns insiders do partido, em manifestar apoio público a aliados da organização.

As secretarias do PT tem acesso direto a uma seção do partido, onde publicam notas e comunicados sem passar por nenhum crivo. Não é primeira vez, aliás, que conteúdo publicado ali provoca reações indignadas e sapeca o capital político do partido.

Hoje, a presidenta Gleisi Hoffmann desautorizou a publicação. Segundo ela, o texto não foi submetido à direção do PT. Na tarde de terça-feira, quando este texto foi ao ar, a publicação não constava mais no site do PT. Nesta quarta, porém, voltou a estar disponível.

Herói sandinista da sangrenta guerra civil da Nicarágua na década de 80, Daniel Ortega se reinventou como um católico devoto e pró-mercado. Em 2018, uma reforma fracassada da previdência provocou protestos pedindo sua renúncia e mergulhou o país na pior crise política dos últimos quarenta anos.

Desde junho deste ano, as autoridades nicaraguenses baniram três partidos e prenderam 39 ativistas sociais, políticos, empresários e jornalistas – além dos 120 opositores presos desde os protestos de 2018.

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