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Nova variante do coronavírus pode ser até 70% mais transmissível

Após descoberta de cepa mais contagiosa da Covid-19 no Reino Unido, Boris Johnson anunciou novo lockdown

Representação criativa de partículas do vírus Sars-CoV-2. Foto: NIAID Representação criativa de partículas do vírus Sars-CoV-2. Foto: NIAID
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Uma nova variante do coronavírus que foi descoberta no sul do Reino Unido está se espalhando de forma acelerada, informou neste sábado 19 o chefe da Autoridade Médica inglesa, Chris Whitty.

Horas depois, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que Londres e o sudeste da Inglaterra entrarão em um novo lockdown já deste domingo 20, para conter a propagação da Covid-19. As reuniões familiares no Natal estarão proibidas nestas regiões.

Em uma coletiva de imprensa, Johnson disse ter sido informado de que “uma nova cepa do vírus está se transmitindo bem mais facilmente”, com uma rapidez “até 70% maior”. Os londrinos e moradores da região sudeste deverão “ficar em casa”, frisou o premiê.

“A reunião que eu tive ontem sobre essa mutação do vírus, especialmente sobre a velocidade da transmissão, era impossível de ser ignorada”, afirmou o premiê conservador. “Eu sei quanta emoção as pessoas sentem nessa época do ano, e o quão importante é os avós poderem ver os seus netos e as famílias ficarem juntas. Sei o quanto isso será decepcionante”, explicou Johnson. “Mas eu tenho repetido durante essa pandemia que devemos e seremos guiados pela ciência. Quando a ciência muda, devemos mudar as nossas respostas.”

As autoridades sanitárias britânicas buscam determinar se essa variante é também mais mortal. O ministro da Saúde, Matt Hancock, havia anunciado na segunda-feira que cientistas identificaram uma “nova variante” no sul da Inglaterra. O Reino Unido notificou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta.

“O Grupo de Consultas sobre Novas Ameaças e Emergentes de Vírus Respiratórios (NERVTAG, na sigla em inglês) considera agora que essa nova cepa pode se propagar mais rapidamente”, declarou Chris Whitty, em um comunicado. “Nada indica, por enquanto, que essa nova cepa cause um índice de mortalidade mais elevado ou afete as vacinas e tratamentos, mas pesquisas urgentes estão em curso para confirmar isso”, acrescenta o texto.

Boris Johson ressaltou este ponto e indicou que “nada indica” que “a variante cause formas mais severas da doença”. Outras mutações do SARS-CoV-2 já foram verificadas e assinaladas pelo mundo.

Foto: TOBY MELVILLE / POOL / AFP

Alta preocupante de casos e hospitalizações

O Reino Unido vivenciou neste mês um aumento de casos e hospitalizações. Na sexta-feira, o governo registrou 28.507 novos contágios e nesta semana os casos aumentaram em 40.9% em relação à semana anterior.

Atualmente, cerca de 38 milhões de pessoas na Inglaterra, ou seja, 68% da população, vivem em zonas de alerta “muito elevado” para o coronavírus. Trata-se do grau mais alto da escala, que implica em medidas como fechamento de bares, restaurantes e museus, além de proibição de reuniões entre diferentes famílias.

Uma exceção havia sido autorizada para as festas de Natal – o governo tinha permitido que, excepcionalmente, até três famílias de se encontrassem para celebrar, mas voltou atrás diante dos números preocupantes. “É com um profundo lamento que eu devo dizer-lhes que não podemos deixar o Natal acontecer como prevíamos”, declarou, antes de pedir aos britânicos que “sacrifiquem uma oportunidade de ver os seus entes queridos para melhor proteger-lhes e, assim, poder revê-los nas próximas festas de Natal”.

O País de Gales e a Irlanda do Norte já preveem um novo lockdown logo depois de 25 de Dezembro. O Reino Unido soma mais de 66,5 mil mortes pela Covid-19 e foi o primeiro país europeu a lançar uma campanha nacional de vacinação contra o coronavírus, em 8 de dezembro.

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