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Mundo registra recorde de mortes por Covid-19 em um dia; nos EUA foram mais de 4 mil

Autoridades norte-americanas contabilizam 4.470 óbitos e mais de 235 mil novos casos apenas na terça-feira, segundo a AFP

Pedestre caminha pelas ruas de Londres em dezembro de 2020. Foto: Tolga Akmen/AFP
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Quase três mortes por minuto e cerca de 4.500 mortos por Covid-19 em um dia. Os Estados Unidos continuam a registrar tristes recordes em meio ao avanço da pandemia em todo o mundo – inclusive na China, onde dezenas de milhões de pessoas voltam a se confinar. O mundo registrou na terça-feira 12 um recorde de óbitos pelo novo coronavírus: 17.186. Antes, o maior número havia sido contabilizado em 30 de dezembro (15 mil), conforme informações da universidade norte-americana Johns Hopkins.

Um ano depois da detecção do vírus na província chinesa de Wuhan, a pandemia causou mais de 1,96 milhão de mortes no mundo e cerca de 91,5 milhões de casos, segundo a contagem desta quarta-feira 13 da AFP com base em fontes oficiais.

Os Estados Unidos registraram na terça-feira 4.470 mortos e mais de 235.000 novos contágios. Até agora, a maior economia do mundo não havia superado os 4.000 mortos por coronavírus em 24 horas.

Esse chocante número diário é quase o mesmo que o balanço total de mortos pela Covid-19 na China (4.634), onde a doença foi identificada pela primeira vez no final de 2019. No total, os Estados Unidos registram mais de 380.000 mortos e 22,8 milhões de casos.

“É, sem dúvida, o período mais sombrio de toda a minha carreira”, admite Kari McGuire, responsável pela unidade de cuidados paliativos do hospital Santa Maria de Apple Valley, uma pequena cidade da Califórnia.

Novos confinamentos na China

Na China, que se alegrava por ter erradicado a pandemia e onde a última morte por Covid-19 foi registrada em maio, vários focos surgiram nos últimos dias, o que levou a uma resposta contundente das autoridades.

A província de Heilongjiang, que compartilha uma longa fronteira com a Rússia, proclamou “estado de emergência epidêmico” e proibiu nesta quarta-feira o deslocamento de seus 37,5 milhões de habitantes, após descobrir cerca de trinta casos.

Uma das cidades da província, Suiua, que conta com mais de cinco milhões de habitantes, já entrou em quarentena na segunda-feira após o registro de 45 casos assintomáticos.

Em todo o país, havia 115 novos casos nesta quarta, o número mais alto desde julho passado.

Fora de Heilongjiang, cerca de 20 milhões de habitantes do norte da China estão submetidos a algum tipo de confinamento. Na província de Hebei, em torno de Pequim, seus 76 milhões de habitantes estão proibidos de sair da região, exceto para razões consideradas urgentes.

O Japão também ampliou, nesta quarta-feira, seu estado de emergência, já vigente em Tóquio e sua periferia, para sete outras regiões, devido ao avanço do vírus. O arquipélago tenta ainda isolar uma nova variante do vírus, detectada em quatro pessoas procedentes do Brasil.

O pesquisador brasileiro Felipe Naveca, que trabalha com o renomado instituto Fiocruz, confirmou que essa variante do SARS-CoV-2 constitui uma evolução “de uma linhagem viral do Brasil, que circula no estado do Amazonas”.

E a Indonésia, o segundo país da Ásia mais castigado pela Covid-19, atrás da Índia, com cerca de 850.000 casos registrados e 25.000 mortes, lançou a campanha de vacinação, com o presidente Joko Widodo dando o exemplo.

Uma “boa notícia”

Diante do avanço incontrolável do vírus em todo o mundo, os governos se apressam para adquirir e distribuir vacinas o mais rápido possível.

Na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou na terça-feira ter recebido um pedido de autorização para a vacina da aliança britânica AstraZeneca/Oxford. Sua decisão sobre o produto, que já é usado em países como o Reino Unido, pode ser anunciada antes de 29 de janeiro.

É uma “boa notícia”, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em meio à explosão de casos na Europa, a região mais castigada do mundo, com quase 634.000 mortes e mais de 29,4 milhões de casos.

No Reino Unido, o país europeu mais castigado (mais de 83.000 mortos), sete centros de vacinação abriram nos últimos dias e o governo espera imunizar cerca de 15 milhões de pessoas antes de meados de fevereiro.

A vizinha Irlanda se tornou, em questão de semanas, o país onde o coronavírus se propaga mais rápido. Em dezembro, teve a taxa de incidência mais baixa da União Europeia, mas com 1.288 novos casos confirmados por cada milhão de habitantes na segunda-feira, ocupa agora um triste primeiro lugar, à frente da República Tcheca e da Eslovênia.

Apesar de todos os esforços para acelerar as campanhas de vacinação, a Organização Mundial da Saúde já alertou que eles serão insuficientes para alcançar a imunidade coletiva em 2021.

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