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Governador de NY rebate intenção de Trump em dar fim à quarentena: “Não temos rei, temos presidente”

Em resposta, Trump afirmou que fez tudo por governadores, mas não dará ‘independência’ a estados

O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo. Foto: Bryan R. Smith/AFP
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O governador do estado de Nova York, nos Estados Unidos, Andrew Cuomo, desafiou publicamente o presidente americano Donald Trump e afirmou que não obedecerá a Casa Branca em caso de decreto que ponha fim à quarentena no país.

A declaração de Cuomo ocorre após Trump demonstrar disposição em enfrentar os governadores e afirmar que “é o presidente dos Estados Unidos quem decide” sobre o fim do confinamento. O governador afirmou que Trump não é “rei” e que, portanto, não tem total autoridade sobre os estados para ordenar o fim da quarentena.

“Nós temos uma Constituição nos Estados Unidos, e ela diz que o governo federal não tem o poder absoluto”, disse Cuomo, em entrevista à emissora americana CNN.  “Não temos o rei Donald Trump, nós temos o presidente Donald Trump.”

Em seguida, Trump afirmou, em seu Twitter, que o governador de Nova York tem ligado para ele “diariamente, toda hora, pedindo tudo”. “Eu fiz tudo por ele e por todos os outros [governadores], e agora ele parece querer independência! Isso não vai acontecer!”, exclamou o presidente americano.

 

Em entrevista à AFP, o professor de direito da Universidade do Texas, Stephen Vladeck, afirmou que “o presidente não tem autoridade legal para anular as decisões de confinamento em nível estadual ou reabrir escolas e pequenas empresas”. Segundo o especialista, nenhuma disposição constitucional lhe confere tal autoridade.

O estado de Nova York ultrapassou a marca de 10 mil mortos na segunda-feira 13. O país já passou de 25 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Na semana passada, o prefeito Bill de Blasio admitiu que o número oficial de óbitos na cidade provavelmente subestimava a extensão do surto. Ele explicou que muitas pessoas que perderam suas vidas em casa não foram contabilizadas como mortas por COVID-19, embora provavelmente esta tenha sido a causa.

Suspeita-se que as mortes adicionais também tenham ocorrido em lares de idosos e outras instituições de assistência. Os números “prováveis” destacam a falta de testes em massa para o vírus.

*Com informações da AFP

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