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Ex-chefe de campanha de Trump é condenado a sete anos de prisão

Nova condenação de Manafort acrescenta 43 meses de detenção à pena anterior. Juíza considerou ex-lobista culpado por conspiração

Manafort comandou a campanha de Trump (Foto: Brendan Smialowski/AFP)
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Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu uma nova condenação nesta quarta-feira 13, que acrescenta 43 meses de prisão à sentença proferida contra ele em outro tribunal na semana passada. As condenações por crimes como fraude fiscal, bancária e conspiração somam agora sete anos e meio de encarceramento.

Numa corte federal em Washington, Manafort foi condenado dias após receber a sentença de 47 meses num tribunal para crimes financeiros da Virginia, na última quinta-feira.

A juíza Amy Berman Jackson rejeitou um apelo da defesa para que o acusado não recebesse tempo de prisão adicional ao que lhe havia sido imputado na última quinta-feira. Ela o considerou culpado das acusações de ludibriar o governo americano sobre seu trabalho como lobista no exterior e de encorajar testemunhas a mentir às autoridades em seu benefício.

A condenação é considerada um marco nas investigações do procurador especial Robert Mueller sobre suspeitas de ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, vencidas por Trump. Manafort foi um dos primeiros acusados pela equipe de Mueller.

Os negócios do ex-lobista no exterior e suas relações com um homem acusado nos EUA de associação com a inteligência russa fizeram com que ele se tornasse uma figura central no inquérito.

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Apesar de a juíza ter esclarecido que a condenação de Manafort não tem ligação com a suposta ingerência russa, ela criticou os advogados de defesa por afirmarem que seu cliente foi alvo das acusações simplesmente pelo fato de os promotores não conseguirem provar supostos crimes cometido por ele relacionados à suposta ligação entre campanha de Trump e a Rússia.

“É difícil superestimar o número de mentiras e a quantidade de fraudes e as extraordinárias somas de dinheiro envolvidas”, disse a juíza, se referindo às acusações de conspiração associadas ao lobby de Manafort no exterior e à manipulação de testemunhas. Ela disse ainda que muitas das informações que ele forneceu aos promotores após se declarar culpado não poderiam ser utilizadas em razão de seu histórico de declarações mentirosas.

Clemência

Manafort leu no tribunal uma declaração na qual pediu clemência. “Sinto muito pelo que fiz e por todas as atividades que nos trouxeram aqui hoje”, disse o ex-chefe de campanha. “Não posso modificar o passado, mas asseguro que o futuro será muito diferente”, afirmou.

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Ele ainda poderá ter a totalidade da pena reduzida por bom comportamento, além de ter descontados os nove meses em que já esteve preso.

Esperava-se que audiência desta quarta-feira em Washington fosse a última etapa dos problemas legais de Manafort, mas, pouco depois da sentença ser anunciada, um promotor de Manhattan revelou novas acusações contra o acusado.

Manafort é alvo de ao menos cinco novas acusações de envolvimento em um esquema de fraude em hipotecas residenciais, através do qual “ele e outros envolvidos falsificaram registros de negócios para obter ilegalmente milhões de dólares”, segundo afirmou em nota o promotor Cyrus Vance.

A condenação desta quarta 13 ocorre em uma semana de atividades intensas da equipe de Mueller, cujas investigações demonstram alguns sinais de que estariam chegando ao final. Espera-se que o procurador especial envie em breve um relatório ao Departamento de Justiça com as conclusões do inquérito.

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