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EUA anunciam ‘firme apoio’ à adesão de Finlândia e Suécia à Otan; Putin diz ser ‘um erro’

O governo finlandês divulgou a intenção de se juntar à aliança. Na Suécia, o partido governante celebrou uma reunião decisiva sobre um possível pedido de entrada

Joe Biden e Vladimir Putin. Fotos: AFP
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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse neste domingo 15 que o país apoia a entrada de Finlândia e Suécia na Otan, a aliança militar ocidental.

Blinken se manifestou após uma reunião de ministros das Relações Exteriores de membros da Otan, em Berlim, na Alemanha. Ele disse ter ouvido um “apoio quase generalizado” às novas adesões.

Disse o funcionário da administração de Joe Biden: “O governo dos Estados Unidos apoiaria firmemente o pedido de adesão à Otan por parte da Suécia ou da Finlândia, caso decidam solicitar formalmente.”

O governo da Finlândia anunciou oficialmente neste domingo 15 a intenção de se juntar à Otan. Na Suécia, o partido governante celebrou uma reunião decisiva sobre um possível pedido de adesão.

O comunicado finlandês marca uma mudança contundente na política de não alinhamento do país, que dura mais de 75 anos. A Suécia, por sua vez, pode concluir uma postura que começou no século XIX.

O Parlamento da Finlândia deve examinar nesta segunda-feira 16 o projeto de adesão.

Há, porém, vozes internacionais que questionam o movimento. A Turquia expressou algumas objeções, alegando que Finlândia e Suécia são negligentes em relação aos membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que está em guerra com a Turquia e aparece na lista de organizações de terroristas da União Europeia.

No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se disse confiante em resolver as preocupações da Turquia e insistiu que o país não se opõe aos pedidos de adesão.

Suécia e Finlândia romperam a neutralidade política nos anos 1990, com o fim da Guerra Fria, quando se tornaram membros da União Europeia. Os dois países se aproximaram ainda mais do bloco ocidental após o início da guerra na Ucrânia.

A Finlândia, com 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia, foi a primeira a tomar a iniciativa. A Suécia acompanha o movimento, com receio de virar o único país do Mar Báltico (com exceção da Rússia) fora da aliança liderada pelos Estados Unidos.

No sábado 14, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ao presidente finlandês, Sauli Niinistö, que a decisão de abandonar a neutralidade é um erro.

Em conversa por telefone, Putin disse que o movimento pode prejudicar a relação entre os países.

“Vladimir Putin destacou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, pois não há nenhuma ameaça para a segurança da Finlândia”, diz um comunicado emitido pelo Kremlin.

O governo russo acrescentou: “Tal mudança de orientação política do país pode ter um impacto negativo nas relações russo-finlandesas que se desenvolveram durante anos com um espírito de boa vizinhança e cooperação e eram vantajosas para ambos”.

No telefonema, Putin ainda debateu com o presidente finlandês as negociações com a Ucrânia, “praticamente suspensas por Kiev, que não mostra nenhum interesse por um diálogo construtivo e sério”.

O processo de adesão à Otan dura vários meses e exige o apoio unânime dos 30 membros da Aliança.

(Com informações da AFP)

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