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Em manifesto, atirador da Nova Zelândia defende a supremacia branca

No documento de 72 páginas, o terrorista ataca os muçulmanos e diz pretender criar “uma atmosfera de medo” para os imigrantes

Um dos terroristas filmou o atentado (Foto: AFP)
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Antes de matar 49 frequentadores de uma mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, Brenton Tarrant, um dos atiradores, publicou nas redes sociais um manifesto extremista e xenófobo.

No documento de 74 páginas, o assassino evoca a sua condição de branco, emite frases preconceituosas contra muçulmanos e afirma que seu objetivo seria “criar uma atmosfera de medo” e “incitar a violência” contra imigrantes.

“Sou apenas um homem branco normal de 28 anos. Nasci na Austrália, em uma família de poucos recursos”, anota.

Em seguida, afirma que o atentado é uma vingança pela “escravidão de milhares de europeus tirados de suas terras por escravocratas islâmicos” e “pelas centenas de milhares de mortes provocadas por invasores contra europeus ao longo da história”.

Embora nascido na Austrália, o atirador se considerava defensor dos valores europeus. “As origens da minha língua são europeias, a minha cultura é europeia, as minhas crenças políticas são europeias, as minhas crenças filosóficas são europeias, a minha identidade é europeia e, mais importante, o meu sangue é europeu”.

A principal referência de Tarrant era Anders Breivik, terrorista de extrema-direita da Noruega que fez 77 vítimas em 2011 e publicou um documento de 1,5 mil páginas no qual defendia a superioridade racial branca. Ele afirma ter mantido um “breve contato” com Breivik, sua “única inspiração verdadeira”.

Leia também: Ataques a tiros em mesquitas deixam 49 mortos na Nova Zelândia

Tarrant cultivava, como vários supremacistas brancos ao redor do planeta, teorias conspiratórias em relação às instituições e conceitos ocidentais que dizia defender. “A democracia é o domínio da máfia, e a própria máfia é comandada por nossos inimigos. A imprensa global, dominada por corporações, a controla”.

A política, segundo ele, é uma “insanidade dominante, multicultural, igualitária e individualista”. E elogia a internet, que teria permitido que “a verdadeira liberdade de pensamento e discussão florescesse”.

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