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EUA têm 100 mil infectados e 1600 mortos por coronavírus

A propagação acelerada da doença é parcialmente explicada por um atraso na tomada de medidas para o confinamento pelo País

Passageiros usam máscaras no desembarque do Aeroporto Internacional de Los Angeles, nos EUA, como proteção contra o coronavírus (Foto: Mark RALSTON / AFP)
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Os Estados Unidos são atualmente o país com mais pacientes com coronavírus. Na última contagem, na noite de sexta-feira (27), 100 mil pessoas haviam sido infectadas no território norte-americano, e as autoridades contabilizam 1.600 vítimas fatais da Covid-19.

A propagação acelerada da doença é parcialmente explicada por um atraso na tomada de medidas para o confinamento. O próprio presidente Donald Trump subestimou a gravidade da epidemia, acreditando que sua propagação em solo americano não era “inevitável”, contrariando assim o conselho das autoridades de saúde.

 

Enquanto o país apresentava uma escassez de testes para o diagnóstico de Covid-19, o governo primeiro recusou-se a suspender restrições que impediam os estados de desenvolverem suas próprias medidas contra a pandemia.

Ao mesmo tempo, os primeiros testes disponíveis foram enviados para a sede dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em Atlanta, que os enviou de volta porque estavam com defeito. Essas restrições foram finalmente levantadas em 29 de fevereiro, quando os Estados Unidos anunciaram a primeira morte por Covid-19.

Falta de recursos médicos

O primeiro caso havia sido relatado um mês antes, o suficiente para o estudo e a colocação em prática de medidas, dizem especialistas. “Se pudéssemos rastrear os contatos que as pessoas infectadas tinham, talvez pudéssemos encontrar muito mais casos rapidamente e isolar os locais de alta disseminação”, lamenta o Dr. Gabor Kelen, diretor do departamento de medicina da emergência na Universidade Johns Hopkins.

Os Estados Unidos também pecam na luta contra a doença por falta de meios médicos e decisões locais que às vezes não têm consistência. Se o Estado de Nova York e seus 45.000 casos, com 500 mortes registradas, são o novo epicentro de infecção, Nova Jersey, Califórnia, Estado de Washington, Michigan ou Illinois também estão vendo a doença progredir rapidamente sem resposta nacional clara.

Respostas diferentes e descoordenadas

“Os Estados Unidos não são um bloco único, existem 50 estados com respostas diferentes de governadores locais e departamentos de saúde pública”, disse, irritado o Dr. Thomas Tsai, professor de saúde pública em Harvard. “Acho que realmente precisamos de um esforço nacional coordenado.” Atualmente, espera-se que apenas 60% das 300 milhões de pessoas nos Estados Unidos permaneçam em casa.

Esses vários fatores suscitam temores de uma onda maciça da epidemia e de que as políticas adotadas por Donald Trump não seriam capazes de conter a contaminação pelo coronavírus no país, apesar de uma taxa de mortalidade ainda baixa.

“A taxa de mortalidade de casos não é tranquilizadora”, disse David Fisman, epidemiologista da Universidade de Toronto. “Aumentará porque as pessoas levam tempo para morrer. Minha previsão é que os Estados Unidos estejam à beira de uma epidemia absolutamente desastrosa”, conclui o médico.

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