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China acrescenta mais de 1.200 mortes em seu balanço oficial de vítimas

Governo explicou que contabilidade incluiu pacientes que morreram em casa no ápice da covid-19 na província de Wuhan, epicentro original

(Foto: Hector RETAMAL / AFP)
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A China revisou os números e anunciou, nesta sexta-feira 17, 1.290 mortes adicionais na cidade de Wuhan, marco zero do novo coronavírus – um acréscimo de 50% no balanço de óbitos no epicentro original da pandemia.

A China havia anunciado até o momento 3.342 mortes e mais de 82.000 contágios em um país de quase 1,4 bilhão de habitantes. Em um comunicado publicado nas redes sociais, a cidade chinesa de 11 milhões de habitantes explica que, no pico da epidemia, alguns pacientes morreram em casa porque não tinham condições de ser atendidos em hospitais e não foram contabilizados. Com os novos números, o balanço total de vítimas fatais na China subiu para 4.632 mortes.

Desde que surgiu em Wuhan em dezembro de 2019, o novo coronavírus matou 141.127 pessoas e infectou 2,1 milhões, de acordo com um balanço da AFP, baseado em dados oficiais, provavelmente inferior ao custo humano real desta pandemia.

 

Os novos números de Wuhan aumentam as dúvidas sobre o que aconteceu realmente na China quando o patógeno foi detectado e e sobre o quanto são realmente confiáveis os balanços das autoridades, acusadas de falta de transparência na gestão da crise.

O presidente francês, Emmanuel Macron, avaliou na quinta-feira em uma entrevista ao jornal Financial Times que há aspectos desconhecidos na gestão por parte da China da pandemia do novo coronavírus.

“Teremos que fazer perguntas difíceis sobre o aparecimento do vírus e sobre porque não pôde ser detido antes”, declarou, no mesmo tom, o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab.

O governo chinês negou nesta sexta-feira ter ocultado os números do balanço da COVID-19. “Nunca aconteceu nenhuma ocultação e não autorizaremos nenhuma”, afirmou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

Zhao reconheceu “atrasos, omissões e imprecisões” nos registros de mortes no início da epidemia, em consequência da saturação dos hospitais, “mas a resposta da China à epidemia é irrepreensível”, completou.

O vírus surgiu em um mercado ao ar livre de Wuhan onde eram vendidas espécies raras de animais vivos? Um laboratório chinês que estudava os coronavírus nos morcegos não respeitou os protocolos de segurança? Muitas perguntas são feitas sobre a origem do vírus.

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