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Após derrota nas eleições primárias, Macri anuncia pacote econômico

Candidato à reeleição, o presidente argentino aumentou salários, engordou verbas para bolsas e congelou o preço da gasolina

Foto: Reprodução/Facebook
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O presidente argentino e candidato à reeleição Mauricio Macri anunciou, nesta quarta-feira 14, um novo pacote econômico, logo após ser derrotado nas eleições primárias de 11 de agosto. Para se manter no poder, Macri precisa superar os votos de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, chapa favorita para as eleições de 27 de outubro.

O objetivo, segundo a equipe econômica, é tentar minimizar a inflação que ocorre com a desvalorização do peso. Além disso, quer conter a disparada dos preços. Entre os anúncios, estão o congelamento do preço da gasolina por 90 dias, um aumento salarial de 25% para servidores públicos e privados e uma restituição no imposto de renda no valor de 2 mil pesos, equivalentes a cerca de 140 reais.

O presidente também anunciou um abono de 5 mil pesos para trabalhadores da administração pública, Forças Armadas e organismos de segurança. Macri também engordou em 40% a verba para a bolsa “Progresar”, destinada para estudantes, e cedeu pagamentos extras à “Asignación Universal por Hijo”, benefício voltado a jovens menores de 18 anos, filhos de desempregados, informais ou que recebem menos que um salário mínimo, que entrou em vigor durante o governo de Cristina Kirchner.

PALABRAS DEL PRESIDENTE

Posted by Mauricio Macri on Wednesday, August 14, 2019

Em discurso, Macri lamentou o resultado desfavorável das eleições primárias. O candidato obteve somente 32,08% dos votos, enquanto Fernández chegou aos 47,65%, número válido para vencer já em primeiro turno.

“Sobre o resultado da eleição, quero que saibam que eu os entendi, que respeito profundamente os argentinos que votaram por outras alternativas, os que votaram em nós em 2015 e agora escolheram não nos acompanhar. O que aconteceu é de pura e exclusiva responsabilidade minha e da minha equipe de governo”, declarou.

Macri foi eleito com a promessa de reformas liberalizantes para recuperar o crescimento econômico. Após quatro anos de mandato, porém, o país afundou em uma crise que envolve inflação elevada e recessão. Na semana passada, em 7 de agosto, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) revelou uma pesquisa que mostra que 49,6% dos menores de 14 anos estão em situação de grave pobreza infantil, um crescimento de 11,4% entre 2018 e 2019.

No mesmo período, segundo o Indec, o número de indigentes subiu 3,5%, chegando a 11,3%. Entre jovens de 15 a 24 anos, a pobreza aumentou de 30,5% para 40,1%. Na população entre 30 e 64 anos, o índice subiu de 21,1% para 29,4%, e entre idosos com mais de 65 anos, de 6,1% para 9,1%. Em março, o Indec divulgou que a pobreza no país atingiu 32% população urbana, o número mais alto desde 2001.

Outro estudo divulgado em julho pela Universidade Católica Argentina mostrou que 51,7% de crianças e adolescentes do país vivem abaixo da linha da pobreza, a maior cifra da década. O estudo também diz que 63,4% dos argentinos abaixo de 17 anos não têm garantia de ao menos um direito fundamental, como saúde, educação e saneamento.

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