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A cada dia, ‘resistência’ de Trump se torna mais alegórica do que real

Na prática, mundo segue se adaptando ao novo governo dos Estados Unidos

Foto: AFP
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Enquanto o presidente Donald Trump segue na sua malfadada tentativa de anular eleições na Pensilvânia, Michigan, Arizona, Nevada e Georgia, o mundo segue se adequando à nova liderança à frente do governo americano a partir do dia 20 de janeiro de 2021.

O fato de cada eleição ser organizada e conduzida pelos estados indica que Trump está lutando contra cinco eleições distintas, e ele precisa reverter o resultado em três delas. Até o momento, ele obteve derrotas judiciais e breves vitórias que não alteram o resultado oficial nem nos estados onde essas vitórias foram concedidas. Um dos escritórios de advocacia à frente dos casos abandonou o trabalho, pois não viu viabilidade jurídica nos pleitos.

A cada dia, a “resistência” de Trump se torna mais alegórica do que real. Tirando Vladimir Putin (Rússia), Lopez Obrador (México) e Bolsonaro (Brasil), o mundo se convence de que não há lógica em esperar uma reviravolta que não demonstrou indício algum que ocorrerá.

O reconhecimento da vitória de Joe Biden por parte de Benjamin Netanyahu foi particularmente emblemático. Um dos principais aliados internacionais de Trump, Netanyahu não hesitou em congratular Biden e preparar o ambiente para um trabalho conjunto dos dois. Quando Netanyahu observou que proeminentes empresários judeus-americanos não se colocaram a favor do pleito de Trump, não restou dúvidas ao primeiro-ministro israelense de que a luta de Trump é quixotesca.

Covid e polarização

Na prática, o mundo já segue rumo a 2021. Biden sabe que o cenário de Covid-19 que herdará será pior do que poderia ser. Além do país dividido politicamente, a forma de lutar contra a pandemia também foi incorporada, surrealmente, à narrativa política de polarização.

Covid, polarização e economia serão as prioridades imediatas na política doméstica. Alianças, reinserção em fóruns multilaterais (e acordos, como o de Paris) e contenção da China serão os principais temas externos no curto prazo.

Biden sabe que não contará com a cooperação de Trump para ter acesso a informações críticas da Casa Branca para poder se preparar melhor para assumir em janeiro. O fato de Trump ter exposto suas vontades, intenções, atos, alianças e rupturas de uma forma tão pública ao longo dos últimos quatro anos faz com que essa tarefa seja facilitada, afinal, muito do que está na Casa Branca em detalhes pode ser encontrado nas redes sociais.

Um Senado republicano, algo que se desenha como uma possibilidade real, dentro do que pode ocorrer na Geórgia, não é algo que Biden esperava. Isso poderá exigir dele uma habilidade extra de negociação com republicanos mais moderados e, mais importante, de conter democratas mais radicais, para que o Congresso seja uma oportunidade e não necessariamente um empecilho.

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