Justiça

Procuradores da Lava Jato em SP pedem demissão. Entenda os motivos

Saída da equipe ocorre em meio a investigações que envolvem os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB

Foto: MPF Foto: MPF
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Sete procuradores enviaram, na noite da última quarta-feira 2, um ofício ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, em que pedem desligamento da Lava Jato em São Paulo.

O pedido ocorre um dia após a saída de Deltan Dallagnol da coordenação da força-tarefa de Curitiba.

 

De acordo com os integrantes da operação, a demissão coletiva foi motivada por  “incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida força-tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez“.

Viviane assumiu as atividades em março, no lugar de Anamara Osório Silva, que foi promovida à procuradora-regional da República e afastada da força-tarefa.

“Os membros ora signatários vêm solicitar – pelas razões expostas à Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal no âmbito da Sindicância nº 1.00.002.000060/2020-17 (Ofício 1259/2020 – PRR3a-00022502/2020), relativas, em síntese, a incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida Força-Tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez – seus desligamentos da Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo, com a consequente revogação de suas respectivas designações”, diz o ofício enviado à PGR.

No pedido de desligamento, os sete procuradores se colocam a disposição da PGR para “um período de transição para adotarem providências finais a parte dos casos que vinham sendo conduzidos” pela equipe em São Paulo.

Omissão 

Em outro documento enviado ao Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMP), os integrantes da força-tarefa em São Paulo afirmaram que, assim que assumiu o cargo, Viviane “não teve qualquer iniciativa no sentido de chamar reuniões para compreender quais as linhas de investigação que vinham sendo conduzidas, de trabalhar no gabinete em que os demais integrantes da Força-Tarefa trabalham (e que conta com computador e mesa para tanto), e chegou mesmo a retirar parte da estrutura de servidores que existia, à época de sua antecessora, para auxiliar nos trabalhos da Lava Jato”.

Eles também afirmam, segundo o G1, que Viviane “nunca participou de reuniões com advogados e com colaboradores”, “não participou de qualquer audiência judicial pertinente a casos da Força-Tarefa” ou “de um único despacho com juízes ou de uma única reunião com delegados de Polícia Federal, para tratar de casos da Lava Jato”.

“Não bastassem essas omissões, em dado momento a atual titular do 5º ofício passou a adotar ações que, na prática, foram criando obstáculos ao trabalho que vinha sendo desenvolvido”, disseram.

A saída da equipe se dá em um momento que a Lava Jato investiga os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

A saída dos signatários se dará de 8 a 30 de setembro. Eis os nomes que deixam a operação:

  • Guilherme Rocha Göpfert;
  • Janice Agostinho Barreto Ascari;
  • Marília Soares Ferreira Iftim;
  • Paloma Alves Ramos;
  • Paulo Sérgio Ferreira Filho;
  • Thiago Lacerda Nobre;
  • Yuri Corrêa da Luz.

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