Justiça

Ex-assessor de Carlos Bolsonaro retirou em espécie todo o salário por dois anos

Márcio Gerbatim também foi funcionário do senador Flávio Bolsonaro

Foto: Renan Olaz/CMRJ
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Extratos bancários revelados no curso da investigação da “rachadinha”, em poder do Ministério Público do Rio (MP-RJ), mostram que um ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) sacou mensalmente todo o salário que recebeu na Câmara do Rio entre abril de 2008 e abril de 2010. As informações são jornal O Globo.

De acordo com a publicação, o cabeleireiro Márcio Gerbatim, que é ex-companheiro de Márcia Aguiar, atual mulher de Fabrício Queiroz, também foi funcionário do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Ainda segundo o jornal, entre maio de 2008 e maio de 2010, quando recebeu o último pagamento, Gerbatim obteve  89.143,64 reais da Câmara de Vereadores.

No mesmo período, o total de créditos na sua conta foi de 93.422,91 reais.

Já as retiradas em dinheiro vivo totalizaram mais de 90 mil reais. No ano passado, o jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que ele nunca teve crachá de identificação na Câmara de Vereadores.

Gerbatim recebia o salário sempre antes do dia 5 de cada mês e, em seguida, efetuava saques.

Carlos responde

Após a reportagem, o vereador foi ao Twitter rebater as acusações. Nesta quarta-feira 2, Carlos acusou o jornal de tentar prejudicar o presidente. Para ele, os saques do ex-funcionário são normais.

Depósitos do presidente

No dia 9 de junho de 2010, o presidente Jair Bolsonaro fez um depósito de 10 mil reais para Gerbatim. Dois dias depois, o então assessor compareceu à Real Veículos Comércio e Serviços e efetuou um pagamento de 10 mil. Procurada, a empresa informou que não identificou registros da transação.

Em 30 de outubro de 2008, Bolsonaro também fez uma transferência de 100 reais para Gerbatim.

Essas duas transações são as únicas movimentações financeiras entre o presidente e pessoas ligadas a Queiroz localizadas na quebra de sigilo bancário do caso da “rachadinha”.

Há, no entanto, registros de 27 cheques direcionados por Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em um total de 89 mil.

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