Justiça
Caso Marielle: Ex-vereador é investigado como mandante do assassinato, diz TV
Segundo relatório da Polícia Federal, obtido pelo telejornal SBT Brasil, a morte da vereadora foi um recado a Marcelo Freixo
Um relatório da Polícia Federal aponta que um dos investigados como mandante do assassinato de Marielle Franco é o ex-vereador Cristiano Girão Matias. A informação é do telejornal SBT Brasil.
Matias, que foi vereador, perdeu o mandato em 2010 após ser condenado a 14 anos de prisão por chefiar uma milícia na comunidade Gardênia Azul, no Rio de Janeiro. Ele foi indiciado pela CPI das Milícias, presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo, para quem Marielle trabalhou como assessora.
De acordo com o documento, o assassinato da vereadora seria uma resposta à atuação da comissão — e Freixo seria o alvo inicial. O ex-vereador nega qualquer envolvimento com o assassinato.
Ligação entre Adriano da Nóbrega e assassino
Um outro relatório conjunto da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) mostra uma ligação entre Adriano da Nóbrega, miliciano que chefiava o Escritório do Crime no Rio, com Ronnie Lessa, PM preso acusado de assassinar a vereadora e seu motorista.
O documento mostra que Adriano da Nóbrega usava uma concessionária de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, para vender e comprar carros.
O local foi alvo de pesquisas na internet feitas por Lessa e era frequentado por um homem de sua confiança, preso por sumir com as armas do policial militar da reserva. Trata-se de Márcio Mantovano.
“O estabelecimento Garage Store é suspeito de transacionar com Adriano da Nóbrega, alvo da Operação Intocáveis, e foi pesquisado por Ronnie Lessa junto à ferramenta Google”, diz o relatório da PF e do MP-RJ, obtido pelo UOL.
O documento diz ainda que homens ligados a Adriano da Nóbrega e Ronnie Lessa tinham relação próxima e frequentavam as mesmas festas no Rio. Os dois, porém, ainda não têm um elo direto, exceto a loja de carros de luxo e o fato de terem se conhecido quando ambos foram do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
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