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Uruguai afirma que Brasil impôs Venezuela

Segundo o ministro uruguaio do Exterior, Montevidéu é contra a admissão do país como membro pleno do Bloco

Chanceler uruguaio, Luis Almagro (E), durante a reunião do Mercosul em Mendoza (28/06/2012)
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MONTEVIDÉU, Uruguai (AFP) – O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, revelou nesta segunda-feira que Montevidéu é contra a admissão da Venezuela, “nas atuais circunstâncias” como membro pleno do Mercosul, e afirmou que o Brasil impôs a decisão ao Bloco.

Na cúpula do Mercosul realizada em Mendoza, na sexta-feira passada, os presidentes do Bloco fixaram a data de 31 de julho para uma “reunião especial”, no Rio de Janeiro, para incorporar a Venezuela como membro pleno, após a suspensão do Paraguai pela destituição do presidente Fernando Lugo.

A entrada da Venezuela no Mercosul dependia da ratificação do Senado paraguaio, após sua aprovação pelos legislativos de Brasil, Argentina e Uruguai.

“Para nós este não era o momento (de aceitar a Venezuela) e nem as circunstâncias, e temos restrições jurídicas, políticas e éticas a este respeito, as quais manifestamos durante as negociações” entre os chanceleres em Mendoza, revelou Almagro.

“Nestes termos e nestas condições (…) fui claramente contra o que foi feito” em relação ao ingresso da Venezuela.

O chanceler destacou que o ingresso da Venezuela foi resolvido em um encontro privado entre os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Mujica (Uruguai), mas que a iniciativa foi fundamentalmente brasileira. O posicionamento do Brasil “foi decisivo nesta história”.

“Não sabemos qual foi o argumento do Brasil nesta história, o presidente (Mujica) não me contou”, disse Almagro, recordando que quando a presidente Kirchner anunciou o acordo sobre a Venezuela, ele se retirou da sala e Mujica cedeu seu lugar ao embaixador uruguaio na Argentina, Guillermo Pomi, para se sentar na segunda fila.

“Não estava de acordo com isto e sigo rejeitando esta decisão. Não estamos muito contentes”, destacou Almagro, que “tem as mesmas objeções sobre a legalidade do procedimento”.

“Vamos entregar isto aos serviços jurídicos do ministério para analisar novamente a legalidade desta medida. Para mim, a última palavra não foi dada sobre este tema. É preciso agir de acordo com o Tratado de Assunção e com a legislação vigente…”.

Finalmente, Almagro explicou que o Uruguai optou por não exercer seu poder de veto para não “bloquear a maioria”.

O assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, reagiu às declarações de Almagro afirmando que a decisão sobre a Venezuela foi adotada de forma “unânime” por Brasil, Uruguai e Argentina.

“Não exercemos pressão sobre qualquer país porque não é o estilo da ‘presidenta’ Dilma Rousseff fazer pressão”, disse Marco Aurélio García no site da presidência.

“A decisão foi tomada pelos três presidentes, e foi uma decisão unânime, que refletiu o consenso político”.

Segundo Marco Auréio Garcia, “a decisão de incluir a Venezuela a partir de 31 de julho foi proposta pelo presidente Mujica”, que mantém esta posição.

“Conversei com ele (Mujica) há pouco e me confirmou (…) que era a posição do Uruguai” admitir a Venezuela no Mercosul. “De nossa parte não houve imposição ou pressão. Isto não corresponde ao estilo da política externa brasileira e muito menos da presidenta (Dilma)”, garantiu Marco Aurélio Garcia.

A Argentina também reagiu às declarações de Almagro afirmando que a Venezuela “é o novo Estado do Mercosul” e que “sua entrada como integrante pleno foi uma decisão unânime dos presidentes de Argentina, Brasil e Uruguai durante a Cúpula de Mendoza”.

“Depois de uma reunião de Dilma Rousseff, Cristina Fernandez de Kirchner e José Mujica, onde ouviram as posições de seus ministros de Relações Exteriores e de assessores jurídicos dos governos de Brasil e Argentina, os presidentes decidiram pela entrada da República Bolivariana da Venezuela”, destacou a chancelaria em Buenos Aires.

“A resolução que aprova a entrada foi consensual entre os chanceleres dos três países e os assessores jurídicos, e aprovada pelos presidentes”, insiste a nota, confirmando que a cerimônia de entrada da Venezuela será realizada no próximo 31 de julho, na cidade Rio de Janeiro.

Leia mais em AFP Movel.

MONTEVIDÉU, Uruguai (AFP) – O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, revelou nesta segunda-feira que Montevidéu é contra a admissão da Venezuela, “nas atuais circunstâncias” como membro pleno do Mercosul, e afirmou que o Brasil impôs a decisão ao Bloco.

Na cúpula do Mercosul realizada em Mendoza, na sexta-feira passada, os presidentes do Bloco fixaram a data de 31 de julho para uma “reunião especial”, no Rio de Janeiro, para incorporar a Venezuela como membro pleno, após a suspensão do Paraguai pela destituição do presidente Fernando Lugo.

A entrada da Venezuela no Mercosul dependia da ratificação do Senado paraguaio, após sua aprovação pelos legislativos de Brasil, Argentina e Uruguai.

“Para nós este não era o momento (de aceitar a Venezuela) e nem as circunstâncias, e temos restrições jurídicas, políticas e éticas a este respeito, as quais manifestamos durante as negociações” entre os chanceleres em Mendoza, revelou Almagro.

“Nestes termos e nestas condições (…) fui claramente contra o que foi feito” em relação ao ingresso da Venezuela.

O chanceler destacou que o ingresso da Venezuela foi resolvido em um encontro privado entre os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Mujica (Uruguai), mas que a iniciativa foi fundamentalmente brasileira. O posicionamento do Brasil “foi decisivo nesta história”.

“Não sabemos qual foi o argumento do Brasil nesta história, o presidente (Mujica) não me contou”, disse Almagro, recordando que quando a presidente Kirchner anunciou o acordo sobre a Venezuela, ele se retirou da sala e Mujica cedeu seu lugar ao embaixador uruguaio na Argentina, Guillermo Pomi, para se sentar na segunda fila.

“Não estava de acordo com isto e sigo rejeitando esta decisão. Não estamos muito contentes”, destacou Almagro, que “tem as mesmas objeções sobre a legalidade do procedimento”.

“Vamos entregar isto aos serviços jurídicos do ministério para analisar novamente a legalidade desta medida. Para mim, a última palavra não foi dada sobre este tema. É preciso agir de acordo com o Tratado de Assunção e com a legislação vigente…”.

Finalmente, Almagro explicou que o Uruguai optou por não exercer seu poder de veto para não “bloquear a maioria”.

O assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, reagiu às declarações de Almagro afirmando que a decisão sobre a Venezuela foi adotada de forma “unânime” por Brasil, Uruguai e Argentina.

“Não exercemos pressão sobre qualquer país porque não é o estilo da ‘presidenta’ Dilma Rousseff fazer pressão”, disse Marco Aurélio García no site da presidência.

“A decisão foi tomada pelos três presidentes, e foi uma decisão unânime, que refletiu o consenso político”.

Segundo Marco Auréio Garcia, “a decisão de incluir a Venezuela a partir de 31 de julho foi proposta pelo presidente Mujica”, que mantém esta posição.

“Conversei com ele (Mujica) há pouco e me confirmou (…) que era a posição do Uruguai” admitir a Venezuela no Mercosul. “De nossa parte não houve imposição ou pressão. Isto não corresponde ao estilo da política externa brasileira e muito menos da presidenta (Dilma)”, garantiu Marco Aurélio Garcia.

A Argentina também reagiu às declarações de Almagro afirmando que a Venezuela “é o novo Estado do Mercosul” e que “sua entrada como integrante pleno foi uma decisão unânime dos presidentes de Argentina, Brasil e Uruguai durante a Cúpula de Mendoza”.

“Depois de uma reunião de Dilma Rousseff, Cristina Fernandez de Kirchner e José Mujica, onde ouviram as posições de seus ministros de Relações Exteriores e de assessores jurídicos dos governos de Brasil e Argentina, os presidentes decidiram pela entrada da República Bolivariana da Venezuela”, destacou a chancelaria em Buenos Aires.

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