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Senado aprova reeleição, e manifestantes põem fogo no Congresso do Paraguai

Senadores aprovaram reeleição presidencial em reunião a portas fechadas, e oposição fala em “golpe parlamentar”. Um jovem foi morto

Manifestantes invadem e incendeiam o Congresso paraguaio, em Assunção
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Manifestantes que protestavam no Paraguai contra a aprovação de um projeto de emenda constitucional para habilitar a reeleição presidencial entraram à força no Congresso e queimaram parte do edifício, segundo mostrou a televisão local. Um jovem foi morto durante confrontos com a polícia.

Os incidentes começaram na sexta-feira 31, depois que um grupo de senadores aprovou a reeleição presidencial, proibida pela Constituição de 1992. A decisão foi tomada numa reunião a portas fechadas, nas dependências da Frente Guasú, do ex-presidente Fernando Lugo, e sem a presença dos demais legisladores e do presidente do Senado, Roberto Acevedo.

No total, 25 dos 45 senadores votaram a favor da emenda que institui a reeleição. A emenda deveria ser ratificada neste sábado pela Câmara dos Deputados, também controlada pelos governistas, mas a seção foi cancelada devido à violência dos protestos. Parlamentares de oposição acusaram a manobra de “golpe parlamentar”.

O partido de Lugo aprovou a emenda para que o ex-bispo possa concorrer nas eleições de 2018, e o Partido Colorado, para que o atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, possa fazer o mesmo. Por outro lado, o Partido Liberal, o maior da oposição, e outras forças opositoras, alegam que a emenda é anticonstitucional como meio de facultar um segundo mandato presidencial.

Confronto violento

Várias centenas de pessoas romperam a barreira policial, destroçaram vidraças do prédio no centro histórico de Assunção e queimaram as portas de entrada, além de lançar morteiros e pedras contra a polícia. As forças de segurança responderam com balas de borracha, gás lacrimogêneo e jatos de água.

Neste sábado, o presidente do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), Efraín Alegre, informou à imprensa local que um jovem militante morreu após ser baleado por policiais na sede do partido, em Assunção.

Segundo Alegre, a polícia invadiu de “forma bárbara” a sede do partido e disparou contra os manifestantes que estavam no local, alguns dos quais ficaram gravemente feridos.

Trata-se do segundo incidente violento do dia no Congresso paraguaio. No primeiro, ao menos 12 pessoas ficaram feridas, entre elas Alegre e o deputado Edgar Acosta.

DW

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