Mundo
Rei da eólica é laranja do chefão da Máfia
Numa interceptação, Matteo Messina Denaro diz ter matado o equivalente a vários cemitérios
Desde 1992, escrevo que a medida mais eficaz para se reprimir uma organização criminosa potente é o desfalque ao seu patrimônio. Trata-se de uma lição apreendida junto ao magistrado italiano Giovanni Falcone que, no dia 23 de maio de 1992, foi dinamitado pela Cosa Nostra siciliana.
Neste ano, passou a ser o discurso do governador Geraldo Alkmin que, pela incompetência em matéria de segurança pública, não seria aprovado em concurso de guarda-noturno em Pindamonhangaba, sua cidade natal. Hoje, a coordenada e policial Direção Investigativa Antimáfia (DIA) anunciou a apreensão de 1,3 bilhão de euros. Essa montanha de dinheiro estava depositada em 43 contas-correntes, todas em nome das empresas de Vito Nicastri, apelidado, pelo Financia Times, de “o Senhor do Vento. Isso em matéria jornalística sobre energia eólica.
Vito Nicastri explora a energia eólica e é o principal empresário italiano dessa atividade. Ele investe em todo a região meridional italiana (sul da Itália, conhecido por região do “Mezzo-Giorno”) e, de Roma (centro) para baixo, domina o esse setor que fornece energia limpa.
No curso de uma investigação que durou mais de ano, a DIA descobriu nos negócios de Nicastri um sócio capitalista oculto. Esse sócio é o capo-mafia Matteo Messina Denaro, foragido da Justiça há mais de 20 anos e sem nunca tirar os pés da região siciliana de Trapani.
Com as prisões de Totó Riina, Salvatore Lo Piccolo e Bernardo Provenzano, o supracitado Matteo Messina Denaro tornou-se, interinamente, o “capo dei capi” (chefão) da Cosa Nostra.
Matteo, nascido em abril de 1962, ganhou, como presente de aniversário da antimáfia, um desfalque substancial no “bolso”: 1,3 bilhão de euros. A polícia trabalha com uma imagem de computador de Matteo, a partir de uma única foto de big-boss que possui. Ou seja, uma fotografia tirada quando Matteo tinha cerca de 20 anos de idade.
O capo-mafia Matteo é filho de um histórico membro da Cosa Nostra siciliana, Francesco Messina Denaro, já falecido.
Numa interceptação ambiental, chamou a atenção da DIA um diálogo de Matteo com um amigo. O amigo lhe perguntou quantas pessoas havia matado. Em resposta, Matteo disse: o equivalente a vários cemitérios
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