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Presa, ex-presidente da Coreia do Sul é acusada de extorquir empresas

Tribunal expediu mandado de prisão preventiva contra Park Geun-hye, de 65 anos, “por haver o risco de destruição de evidências”

Ex-presidente foi detida após audiência que durou quase nove horas
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A ex-presidente da Coreia do Sul Park Geun-hye, que sofreu um impeachment devido a um escândalo de corrupção, foi detida na quinta-feira 30, após tribunal de Seul ordenar sua prisão preventiva imediata.

Depois de uma audiência que durou quase nove horas e na qual Park prestou depoimento aos juízes, o Tribunal do Distrito Central de Seul emitiu um mandado de prisão da ex-presidente que é acusada pelos crimes de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de documentos oficiais.

“É justificado e necessário a prisão [de Park] como as acusações demandam e por haver o risco de destruição de evidências”, afirmou o tribunal, num comunicado.

Park, de 65 anos, que aguardava a decisão no escritório da Procuradoria, foi detida imediatamente. A ordem de prisão preventiva foi pedida na segunda-feira pela Procuradoria. O pedido foi justificado pela gravidade dos crimes dos quais a ex-presidente é acusada e pela possibilidade de destruição de provas.

A Procuradoria acusa Park de se unir com Choi Soon-sil, apelidada como “Rasputina” por sua influência sobre ela, para criar uma rede que extorquia empresas em troca de favorecimentos por parte do governo. Choi, amiga íntima da ex-presidente, é acusada de cobrar propina de conglomerados sul-coreanos, como a Samsung.

Impeachment e prisões
Park nega todas as acusações. Envolvida no escândalo, a ex-mandatária perdeu sua imunidade presidencial no último dia 10 quando o Tribunal Constitucional ratificou seu impeachment, que tinha sido aprovado pelo Parlamento em dezembro.

O envolvimento do grupo Samsung no escândalo levou, em fevereiro, à prisão do presidente da companhia, Lee Jae-yong. Choi e Lee, que já estão sendo processados, estão encarcerados na mesma penitenciária do sul de Seul para a qual Park foi levada. Os investigadores têm agora um prazo máximo de 20 dias para continuar com a apuração do caso antes de apresentar acusações formais contra a ex-presidente.

O impeachment de Park, primeira mulher a assumir a presidência do país asiático e que chegou ao poder em 2013, provocou a antecipação das eleições gerais, que serão realizadas em 9 de maio. A ex-mandatária é a primeira líder democraticamente eleita da Coreia do Sul a ser afastada do cargo desde que a democracia substituiu a ditadura no final dos anos 1980.

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