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PF retém 16 milhões de dólares de filho de ditador da Guiné Equatorial

Dinheiro e joias foram retidos no aeroporto de Viracopos durante fiscalização da bagagem da comitiva do vice-presidente do país africano

Teodorín já visitou o Brasil várias vezes. Na França, foi condenado por lavagem de dinheiro
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A Polícia Federal apreendeu mais de 16 milhões de dólares, em dinheiro e joias, da delegação que acompanhava o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), na sexta-feira 14.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal apreendeu quase 1,5 milhão de dólares em notas numa mala e cerca de 20 relógios de luxo em outra, avaliados em 15 milhões de dólares. A apreensão foi feita numa fiscalização de rotina. Segundo a lei brasileira, a entrada de dinheiro em espécie está limitada a 10 mil reais por pessoa.

Nguema Obiang Mangue, conhecido como Teodorín, é filho de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, ditador que está no poder há 38 anos na Guiné Equatorial.

Teodorín integrava uma delegação de 11 pessoas que chegou a bordo de um avião privado ao aeroporto localizado em Campinas. Segundo a TV Globo, a delegação não estava em missão oficial, e por isso apenas Teodorín se beneficiou de imunidade diplomática.

A bagagem das demais pessoas da delegação foi revistada. O vice-presidente esperava num automóvel, do lado de fora do aeroporto, enquanto sua comitiva era interrogada.

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Pessoas da comitiva disseram que Teodorín transportava essa quantidade de dinheiro para pagar um tratamento médico e custear a hospedagem num hotel de luxo e que os relógios são de uso pessoal do vice-presidente, tendo as suas iniciais gravadas.

Teodorín já visitou o Brasil várias vezes e assistiu ao desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 2015, quando a Guiné Equatorial foi homenageada pela Beija-Flor. A escola venceu a competição, mas foi duramente criticada por ter aceitado o patrocínio de uma ditadura.

Teodorín foi condenado na França, em outubro de 2017, a três anos de prisão, com pena suspensa, por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos.

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