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Oposição inicia greve contra Constituinte de Maduro

Paralisação eleva pressão para que presidente venezuelano desista de seu projeto de Assembleia Constituinte

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Opositores ao presidente Nicolás Maduro convocaram para esta quinta-feira 20 uma greve geral de 24 horas para protestar contra o governo, o que eleva a pressão para que ele retire sua polêmica proposta de uma Assembleia Constituinte para reformar a carta magna do país. A paralisação acontece quase quatro meses depois de protestos com violentos distúrbios, bloqueios de ruas e uma economia estagnada.

A greve se soma ao plebiscito do domingo 16, quando 7 milhões de pessoas disseram não à proposta de Constituinte do governo, e às manifestações que se iniciaram em 4 de abril, depois de o Tribunal Supremo de Justiça destituir a Assembleia Nacional de suas funções legislativas. Ao menos 94 pessoas já morreram em meio aos protestos, marcados pela violência.

A sindicalista Marcela Máspero, que foi simpatizante do governo chavista, disse que sua organização, a União Nacional de Trabalhadores (UNT), apoia a proposta da oposição e participará da greve.

O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, afirmou que é “chegada a hora” de fazer “pressão máxima” sobre o governo de Maduro. Segundo ele, a oposição recebeu um “mandato claro” com a consulta popular de domingo passado, na qual a maioria dos votantes rechaçou a Constituinte, instou as Forças Armadas a respeitar a Constituição, pediu eleições livres e um governo de transição.

O primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, disse que, se Maduro retirar sua proposta de Constituinte, os líderes opositores estarão dispostos a discutir, “de maneira aberta e transparente, propostas sérias que conduzam à superação política” da crise.

Maduro chamou o plebiscito organizado pela oposição de ilegal e afirmou que apenas 600 mil pessoas participaram dele. Além da pressão interna, ele enfrenta uma pressão externa crescente, com ameaças de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.

Nesta quinta-feira, o governo brasileiro voltou a pedir a Maduro que desista da Assembleia Constituinte, que, segundo o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, incorpora instituições eleitorais fascistas.

Punição às empresas

As empresas da Venezuela aderirem à greve poderão ser punidas pelo governo venezuelano, advertiu o ministro do Trabalho, Néstor Ovalles. “Há sanções estabelecidas no ordenamento jurídico […]. Um fechamento que não esteja ajustado ao procedimento da lei acarreta sanções”, declarou Ovalles, por telefone à emissora estatal VTV.

Ovalles assegurou, porém, que seu gabinete não deseja estabelecer sanções ou multas a empresas, mas assegurou que “no momento em que tivermos que aplicá-las, com rigor, energia e caráter, faremos”.

Ovalles anunciou que comissões de “inspetores móveis” – integradas por procuradores do Seguro Social e supervisores do Ministério do Trabalho – percorrerão as empresas em diferentes zonas do país. “Não duvido em qualificar como irresponsáveis essas formas de greve que não respondam a nenhuma norma trabalhista […]. Não nos resta outra coisa a não ser falar com os trabalhadores e os empresários é um dia de absoluta normalidade, no qual as empresas devem abrir”, acrescentou o ministro.

 

 

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