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Macron e Marine Le Pen disputarão segundo turno na França

Candidato de centro diz fazer frente à “ameaça dos nacionalistas”. Representante da extrema direita quer “libertar o povo francês”

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O candidato de centro e pró-europeu Emmanuel Macron e a ultradireitista Marine Le Pen disputarão em 7 de maio o segundo turno das eleições presidenciais francesas, nas quais Macron é o favorito. Por volta das 19h (horário de Brasília), mais de 85% das urnas tinham sido apuradas.

É a primeira vez em quase 60 anos que a direita estará ausente do segundo turno e a primeira vez em meio século que não haverá representantes dos dois grandes partidos que dominam a política francesa: os socialistas do presidente François Hollande e os conservadores.

Aos 39 anos e à frente de um novo partido, o Em Marcha!, Macron ganhou uma disputa que muitos davam por perdida até que começou a despontar nas pesquisas, no fim de janeiro. “Os franceses expressaram seu desejo de renovação”, declarou. Macron disse, ainda, que quer ser “presidente dos patriotas frente à ameaça dos nacionalistas”.

Marine Le Pen, de 48 anos, classificou o resultado como “histórico” para o partido Frente Nacional (FN), com o qual repetiu a façanha de seu pai, após 15 anos. “Superamos uma etapa”, declarou a líder da FN, que convocou a população a “aproveitar essa oportunidade única” para “libertar o povo francês”.

Uma vitória de Macron em maio representaria um alívio para a União Europeia (UE). Ex-ministro da Economia de Hollande, Macron fez uma campanha com um programa abertamente pró-europeu e liberal. Ele conta com o apoio do presidente e do primeiro-ministro do governo socialista, Bernard Cazaneuve.

O conservador François Fillon, derrotado neste primeiro turno, também já pede votos para Macron. “Não temos outra opção que votar contra a extrema direita”, afirmou. O representante da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, ainda não indicou apoio.

Uma vitória de Le Pen representaria um período de grande incerteza para a UE devido à sua defesa da saída da França da zona do euro, o que poderia ser um golpe fatal a um bloco já enfraquecido pelo Brexit. Capitalizando o cansaço dos franceses com o sistema, a ultradireitista se beneficiou da mesma onda populista que permitiu a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.

Após a divulgação dos resultados, cerca de 300 manifestantes antifascistas entraram em confronto com a polícia. Ao menos três foram presos.

Apesar da ameaça de atentados extremistas que pairava sobre estas eleições, os franceses não se amedrontaram e compareceram em massa às urnas. A participação beirou os 70%, uma das mais altas dos últimos 40 anos.

A reta final da campanha foi abalada nesta semana por um atentado na avenida Champs Elysées de Paris e pela descoberta de um atentado iminente, em um país traumatizado por uma onda de ataques extremistas que deixaram mais de 230 mortos desde 2015.

De acordo com duas pesquisas de opinião realizadas neste domingo, Macron deve vencer com folga a candidata da extrema direita Marine Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais. Segundo o instituto Ipsos Sopra Steria, o candidato do movimento Em Marcha! obteria 62% dos votos, contra 38% da chefe da Frente Nacional. Levantamento do instituto Harris Interactive aponta margem ainda maior: 64% dos votos para Macron e 36% para Le Pen.

*Com informações da AFP

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