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Devastado, Porto Rico sofre após passagem do furacão Maria

População do território associado aos EUA enfrenta inundações, falta de energia e longas filas para adquirir itens básicos

De bicicleta, homem anda por estrada destruída em Toa Alta, a oeste de San Juan
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As condições de vida em Porto Rico, devastado pelo furacão Maria, pioram a cada dia. Exaustos, os moradores formam longas filas para comprar mantimentos e combustível, em meio à escassez e ao corte de energia e, em muitos casos, voltam para casa de mãos vazias antes do toque de recolher. 

O serviço de telefonia celular é irregular e mesmo os hotéis estão ficando sem combustíveis para seus geradores. O furacão Maria atingiu Porto Rico na quarta-feira 20 como tempestade de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai até cinco), durante sua violenta passagem pelo Caribe.

O Maria causou 33 mortes, muitas delas na pequena ilha de Dominica e 13 em Porto Rico. As autoridades também estão tentando evacuar as cerca de 70 mil pessoas que vivem nos arredores de uma represa que pode estar em risco de colapso pelas inundações deixadas pelo furacão.

A represa de Guajataca, dos anos 1920, no noroeste de Porto Rico, apresentou uma falha na sexta-feira 22, fazendo o governo emitir uma ordem de evacuação em massa nos locais próximos ao rio de mesmo nome. 

O chefe da Defesa Civil, Héctor Pesquera, afirmou que uma zona de escape que normalmente libera água da represa de forma controlada não estava funcionando, segundo o jornal El Vocero. Imagens do WeatherNation TV mostravam como a água saía aos borbotões pela rampa de um canal da represa, levando consigo pedaços de terra que faz parte da vegetação inclinada que circunda a represa.

Porto Rico enfrenta as perigosas inundações provocadas pelas chuvas do furacão. As inundações também aconteceram em outros pontos da ilha como efeito do furacão Maria, o que fez o governador Ricardo Rosselló qualificar a tempestade como a mais devastadora a atingir a ilha em um século. 

Trump e Jennifer López

Porto Rico é atualmente um estado associado aos Estados Unidos, cujo governo tem obrigações com a pequena ilha de 3,4 milhões de pessoas. Durante o fim de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi muito criticado pois enquanto usava sua conta no Twitter para criticar atletas negros que protestam contra a violência racial nos EUA, ignorou a tragédia porto-riquenha. 

Enquangto isso, outras autoridades norte-americanas se mobilizaram. No domingo 24, a estrela do pop e atriz Jennifer Lopez ofereceu 1 milhão de dólares para Porto Rico, incentivando o esforço do estado de Nova York para apoiar a ilha atingida por furacões.

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Lopez, que nasceu na cidade de Nova York e é filha de porto-riquenhos, disse que está doando o dinheiro para várias instituições de caridade e trabalharia com outras estrelas latinas para fazer aunda mais depois que os furacões Irma e Maria causaram uma devastação.

Porto Rico Imagem aérea mostra casa destruída em Barranquitas, sudoeste de San Juan

“Este foi o furacão mais forte a atingir Porto Rico em quase 20 anos e os danos são horríveis”, disse Lopez em entrevista coletiva com o governador de Nova York, Andrew Cuomo. “Precisamos, urgentemente, dedicar atenção e apoio a Porto Rico e ao Caribe através de doações e qualquer ajuda”, disse ela.

Passagem pelo Caribe

Na República Dominicana, o ciclone deixou cerca de 140 mil pessoas sem energia e causou inundações. Foram ordenadas evacuações em 26 das 32 províncias do país, mais de 18 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas, uma ponte caiu e quase 4 mil residências sofreram danos. 

Após a passagem pelas Pequenas Antilhas, o Maria deixou uma situação catastrófica em Dominica, uma pequena ilha do Caribe onde foram registrados 15 mortos e cerca de vinte desaparecidos. 

O furacão Maria deixou um total de 33 mortos por sua passagem Caribe: aos de Porto Rico se somam duas vítimas em Guadalupe, 15 em Dominica e três no Haiti.

*Com informações da AFP

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