Educação

Filmes para entender a ditadura militar no Brasil

Uma seleção de obras cinematográficas que abordaram o golpe de 1964

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Cena do filme "O ano em que meus pais saíram de férias"|||Cena do filme 'Nunca fomos tão felizes'|Cena do filme 'Nunca fomos tão felizes' ||||
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Pode-se gostar ou não da oferta, mas não há como negar que o cinema brasileiro tem explorado regularmente, sobretudo desde a redemocratização, o golpe civil-militar de 1964 e seu impacto sobre a sociedade brasileira. É bem verdade que prevalece, nessa filmografia, a reconstituição de eventos históricos, em especial ligados à ação de grupos de esquerda, em detrimento de leituras sociopolíticas que contemplem aspectos mais amplos do que representaram os 21 anos de governos militares.

Há o caso de cineastas que tentaram dar conta desse desafio, fazendo mais de um filme que reverberasse a política brasileira das últimas décadas. É o caso do paulista Toni Venturi, que realizou inicialmente o documentário O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes (1997), sobre o mitológico “Cavaleiro da Esperança”, que liderou a Coluna Prestes. Parte-se do tratamento dado a ele por outra ditadura, a Vargas, para alcançar o Brasil pós-1964 e, mais precisamente, a chegada de Fernando Henrique Cardoso à Presidência.

Venturi fez ao menos outros dois documentários que também exploram a história recente do País: No Olho do Furacão (2003), codirigido por Renato Tapajós, sobre ex-militantes de esquerda presos e exilados, e Vocacional – Uma Aventura Humana (2011), que reconstitui a experiência de uma escola-modelo abortada pelo regime militar. Seu trabalho mais conhecido sobre o tema, porém, talvez seja Cabra-Cega (2005), ficção inspirada em depoimentos colhidos para No Olho do Furacão, que usa a canção Roda-Viva, de Chico Buarque, como um ícone daqueles tempos bicudos que certamente o cinema brasileiro ainda não terminou de explorar.

DVDs/Filmes sobre a ditadura

Cena do filme 'Nunca fomos tão felizes' Cena do filme ‘Nunca fomos tão felizes’

Nunca Fomos Tão Felizes (1984)

Visão alegórica da sociedade brasileira pós-1964, a partir de uma relação familiar. Depois de oito anos sem manter contato com o filho (Roberto Bataglin), um homem misterioso (Cláudio Marzo) o retira de um colégio interno e o instala em um amplo apartamento no Rio de Janeiro. Mas, em seguida, desaparece. O que terá acontecido?

O Ano em que Meus Pais 
Saíram de 
Férias (2006)
Durante a Copa do Mundo de 1970, usada pelo regime para unificar o País em torno da Seleção Brasileira e sufocar oposicionistas, nos tempos do slogan “ame-o ou deixe-o”, um casal de militantes de esquerda deixa o filho aos cuidados do avô, em São Paulo, e entra na clandestinidade. Mas um imprevisto muda a vida do menino.

Uma História 
de Amor e Fúria (2012)
Prêmio de melhor longa de animação no Festival de Annecy (França), o mais importante do gênero no mundo, o primeiro longa-metragem do roteirista Luiz Bolognesi (Bicho de Sete Cabeças, As Melhores Coisas do Mundo) como diretor recria três episódios-chave na história do Brasil, um deles durante a resistência ao golpe militar no fim dos anos 1960.

*Publicado originalmente em Carta na Escola

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