Artes

Fantasias são o grande símbolo do carnaval. Saiba como fazê-las

Descubra a origem de trajes clássicos como pierrô e colombina e aprenda a fazê-los com seus alunos

Materiais de Artes|||||||||||||||||||||||
|Materiais para o carimbo de estampa: EVA colombina|||||||||||||||||||||||
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Um dos grandes símbolos do carnaval é a fantasia. Seja no bloco de rua, no baile de salão ou no desfile do sambódromo, o figuro é um item característico e indispensável da festa. Representa desejos, deboches, críticas ou homenagens. Se espelha em personalidades reais ou fictícias, exemplares ou reprováveis.

Leia também: Marchinhas, o espírito do carnaval de rua

Nesse período de festejos, a cidade é tomada por um sem-número de personagens e, dentre eles, encontramos de forma recorrente pierrôs, arlequins e colombinas. Mas como essas três figuras se tornaram tão emblemáticas da nossa festa?

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Passo a passo para construir as fantasias de colombina e pierrô em sala de aula
Ano do Ciclo: Educação Infantil e 1º a 3º anos do Ensino Fundamental
Área Envolvida: Artes
Possibilidade Interdisciplinar: História
Tempo de Duração: 3 a 5 aulas
Objetivos de aprendizagem: Construir fantasias utilizando materiais diversos. Valorizar o carnaval como manifestação cultural com especificidade histórica e social.
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1. Incentive os alunos a produzirem as fantasias em duplas ou pequenos grupos, ajudando uns aos outros

2. Os personagens possuem figurinos historicamente definidos, mas isso não impede a criação de novos detalhes na construção das fantasias de acordo com o desejo das crianças.

3. Como ambientação, toque marchinhas de carnaval enquanto a atividade é realizada.

4.
O passo a passo para montar as fantasias de colombina e pierrô, bem como os apetrechos para enfeitá-las como carimbos para estampa e pompons, você confere nas galerias abaixo. IMPORTANTE: Por questão de segurança, o professor deve sempre auxiliar as crianças no uso da cola.

5. Quando as fantasias estiverem prontas, organize um pequeno baile ou bloco de carnaval que circule pelas dependências da escola.

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Suas origens remontam à Itália do século XVI. É lá que surge a Commedia Dell’Arte: tipo de teatro profissional de caráter popular, com organização em torno de personagens fixos e grande improviso. Os principais papéis eram divididos em duas categorias, a dos patrões e a dos criados ou zanni. A esta última pertence o famoso trio.

O arlequim é conhecido por expressar, simultaneamente, inteligência, esperteza e estupidez. Por tais características, costuma ser o centro da intriga. Seu figurino, inicialmente remendado, com o passar do tempo se transformou em uma roupa estampada com losangos geralmente verdes, vermelhos e azuis. Usa chapéu e meia máscara pretos e, originalmente, também era acrobata e dançarino.

A colombina, sempre envolvida em estripulias amorosas, é representada com saia de bailarina de tule branco e guirlanda de flores no cabelo. O pierrô, por sua vez, se caracteriza pela aparência melancólica e pela personalidade simplória e crédula. Veste um traje folgado, geralmente de seda branca com detalhes em preto, mesma cor do chapéu.

O sucesso e fama da Commedia Dell’Arte difundiram seus personagens pelos grandes centros da Europa, tendo enorme receptividade em Paris. Na Cidade Luz, tais figuras rapidamente foram incorporadas às fantasias nos salões, em seus bailes de carnaval.

Com o tempo, os personagens foram perdendo o caráter satírico original e ganhando uma aura romântica, mais adequada à sofisticação do gosto francês. Na segunda metade do século XIX, Paris, então centro da cultura, ditava as regras de comportamento e erudição. Em relação ao carnaval não foi diferente e, deste modo, sua influência chegou até nós.

Recém-independente de Portugal, o Brasil desejava construir uma imagem de país avançado e esquecer seu passado colonial. Desta maneira, aboliu diversas tradições de origem lusitana como o entrudo, forma de festejo caracterizada pela subversão, crítica às esferas de poder, chacota e até mesmo violência e que, durante quase três séculos, foi a expressão maior do carnaval brasileiro.

Entre os mais pobres, o entrudo era comemorado nas ruas e, nas famílias mais abastadas, dentro de casa. Em ambos os casos, sempre se atirava água, cinzas e materiais dos mais diversos às pessoas. Porém, com o passar do tempo foi sendo considerado “selvagem” e sujeito a diversas proibições.

É neste contexto que o carnaval parisiense se apresenta como um modelo mais civilizado e elegante, sendo adotado nas grandes cidades brasileiras – apesar de não acabar com os festejos de rua.

O gosto pelas fantasias, no Brasil, também copiava o francês e assim chegam às terras tupiniquins o Pierrô, o Arlequim e a Colombina. Importados dos salões parisienses, estão presentes no nosso imaginário e cotidiano carnavalescos, fazendo a alegria dos foliões até os dias de hoje.

Felipe Ferraro é artista plástico formado pela ECA-USP. Além de seu trabalho autoral, atua como arte educador e artista-atelierista, tendo trabalhado em instituições como SESC, Instituto Tomie Ohtake, Centro Cultural da Juventude, Bienal de São Paulo, MAB-FAAP, Prêmio Porto Seguro de Fotografia e CCBB-SP. Também trabalha na área de conservação e restauração de obras de arte.

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