Educação

Aulas em São Paulo não devem retornar em setembro, diz Covas

Prefeito contraria decisão do governador João Doria, que autoriza a retomada das atividades de forma gradual

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta terça-feira 18 que as aulas na capital paulista não devem retornar em setembro, como autorizado e previsto pelo governo do Estado.

“O retorno de aulas agora é temerário, ainda estamos controlando a doença na cidade. É muito mais complicado manter o distanciamento social dentro da sala de aula, da escola, do que em outro lugares que já tiveram o retorno autorizado. Nesse momento, a volta representaria um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença. Por este motivo, não teremos o retorno em setembro”, disse Covas em entrevista coletiva.

A decisão contraria o que foi definido pelo governador João Doria (PSDB), que autorizou a retomada das atividades de “acolhimento” com 35% da capacidade das salas.

“A prefeitura acredita que, neste momento, a retomada significaria a ampliação do número de casos, internações e óbitos na cidade”, disse o prefeito. “Seguimos com o horizonte do retorno em outubro”.

Segundo Covas, um estudo feito pela prefeitura mostra que 25% das crianças e adolescentes da cidade em fase escolar moram com pessoas do grupo de risco, o que acarretaria em uma elevação do risco de contaminação.

“A pesquisa mostra que dois terços das crianças foram assintomáticas. Estamos falando da possibilidade de duas a cada três crianças estarem contaminadas e serem incapazes de apresentar sintomas”, ressaltou Covas. “O inquérito sorológico mostra que 23% das crianças da cidade podem estar contaminadas. É um contingente em que é difícil de aplicar regras de distanciamento social e que pode agravar a disseminação”.

“Ainda nesta semana, o secretário Bruno Caetano deve anunciar quais medidas serão tomadas pela secretaria municipal de Educação para atender essas crianças, para que elas não fiquem apenas dentro de casa, mas também possam receber o conteúdo pedagógico enquanto mantemos a quarentena na cidade de São Paulo”, concluiu.

Planos do governo do Estado

O governador adiou a retomada das aulas presenciais da rede estadual de São Paulo para o dia 7 de outubro. Mas não perdeu o 8 de setembro de vista. A partir da data, unidades públicas e privadas que estiverem na fase amarela do plano de flexibilização econômica há 28 dias poderão reabrir espaços para atividades de reforço, recuperação, tutoria e atividades esportivas, se assim desejarem, desde que obedeçam a regras de distanciamento e capacidade, limitada a 35% para educação infantil e fundamental nos anos iniciais, e 20% para Ensino Médio e anos finais.

Ao apresentar o plano de retorno às aulas, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, afirmou que a ideia é priorizar o atendimento dos que mais necessitam, fazendo menção aos estudantes que tiveram dificuldades de executar o ensino remoto. “A ideia é que priorize o atendimento aos alunos que mais precisam. A desigualdade social, tem aluno que não tem equipamento, outras dificuldades ou que tem os equipamentos, mas não se adapta a essa metodologia. A aula continua no centro de mídia”, acrescentou o secretário.

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