Economia

IBGE: Brasil fecha o segundo trimestre de 2022 com desemprego em queda

Brancos e homens têm índices de desocupação bem abaixo da média geral, enquanto mulheres e pretos são atingidos com o desemprego

Comércio ambulante na Rodoviária do Plano Piloto. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 12, mostrou que o Brasil conseguiu fechar o segundo trimestre do ano com taxa de desemprego em 9,3%, volume 1,8% menor do que o registrado no trimestre anterior (11,1%).

O recuo na taxa, de acordo com os dados do instituto, foi puxado pelo aumento de trabalhadores sem carteira assinada. O índice subiu de 25,9% para 26,7% no volume referente ao setor privado. Um avanço ainda maior foi registrado nos empregados sem carteira assinada no setor público, que passou a representar 23,1% no segundo trimestre, ante 20,9% do trimestre anterior. No ano, as variações são ainda mais acentuadas.

Apesar do avanço, os dados do boletim do instituto revelam que, para as mulheres brasileiras e pessoas pretas ou pardas, o desemprego ainda passa dos dois dígitos. O índice entre o segmento feminino foi de 11,6% no segundo trimestre do ano. Já entre os pretos o volume é de 11,3% e entre aqueles que se declaram pardos, 10,8%.

Chama a atenção a distância dos dois grupos quando comparados aos grupos de homens e pessoas brancas, ambos bem abaixo da média geral. No segmento masculino, a taxa de desemprego é de 7,5%. Já para os brancos, o volume de desocupação é ainda menor, 7,3%.

A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que, apesar da melhora no índice com a queda generalizada na taxa de desocupação em diversos recortes, a distância entre homens e mulheres ainda é bem grande. “A queda foi maior entre as mulheres (2,2 p.p. contra 1,6 p.p. dos homens), porém, isso não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa das mulheres é 54,7% maior que a dos homens.”

Houve ainda, segundo a pesquisadora, “um recuo disseminado da taxa de desocupação no recorte cor ou raça, mas a taxa em relação aos pretos e pardos em relação aos brancos aumentou”. Os dois dados reforçam os aspectos já evidentes da desigualdade de gênero e raça no Brasil.

Ainda sobre o tema, vale ressaltar, aspectos da desigualdade de gênero são ampliados quando se olha para as regiões do País. Em todos os locais a taxa de desemprego para mulheres é consideravelmente superior à de homens e a da média geral monitorada. Segundo o IBGE, neste recorte, o Nordeste é a região com a maior taxa de mulheres desempregadas, 15,7%. Já no Sul, estaria localizada a menor taxa no grupo, 7%, bem acima dos 4,4% para homens e 5,6% no índice geral da região.

Desemprego recua em 22 dos 27 estados

No índice geral, o desemprego caiu em 22 das 27 unidades da federação. Apenas Distrito Federal, Amapá, Ceará, Rondônia e Mato Grosso não registraram recuos no volume de desempregados, de acordo com os resultados do instituto. Os índices nestes cinco locais, segundo a PNAD, ficaram estáveis. E nenhuma região registrou avanço.

Desigualdade salarial

No segundo trimestre deste ano, o rendimento médio mensal recebido pelos trabalhadores foi estimado em 2.652 reais, demonstrando estabilidade na comparação com primeiro trimestre. O valor, no entanto, é 5,1% menor do que o percebido no segundo trimestre de 2021 pelos brasileiros. Naquele período o montante era estimado em 2.794 reais.

Assim como nas taxas de desemprego, a desigualdade de gênero e racial são evidentes no volume recebido. Enquanto homens receberam em média 2.917 reais, as mulheres embolsaram apenas 2.292 reais. A média de rendimento real entre pessoas brancas, por sua vez, foi de 3.406 reais no período, enquanto a população preta teve um vencimento de 2.009 reais. Pardos ganharam um montante de 2.021 reais, segundo o IBGE.

O rendimento médio das mulheres representa 78,6% do rendimento médio dos homens; o rendimento médio dos ocupados de cor preta representa 59,0% do rendimento médio dos ocupados de cor branca

Confira a íntegra da apresentação do IBGE:

Apresentação - PNAD Contínua (2o tri 2022)

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