Economia

Consumo das famílias tem queda recorde de 12,5%, diz IBGE

Investimentos também recuaram 15,4%, por conta da queda na construção e na produção interna de bens de capital

Foto: Tania Rêgo/Agência Brasil Foto: Tania Rêgo/Agência Brasil
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O consumo das famílias, que é responsável por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB), teve queda recorde de 12,5% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira 1.

“O consumo das famílias não caiu mais porque tivemos programas de apoio financeiro do governo. Isso injetou liquidez na economia. Também houve um crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, que compensou um pouco os efeitos negativos”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

O consumo do governo recuou 8,8% no segundo trimestre, muito por conta das quedas em saúde e educação públicas, explica a coordenadora do IBGE.

“Na saúde, os gastos ficaram mais focados no combate à Covid-19, e as pessoas tiveram receio de buscar outros serviços, como consultas e exames, durante a pandemia. Na educação, utilizamos nas contas o percentual do Ministério da Educação de alunos que tiveram aulas ou não. Isso fez com o que o consumo do governo caísse bastante também”, detalhou a coordenadora, destacando que o resultado não tem relação com a política fiscal.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) também recuaram 15,4%, por conta da queda na construção e na produção interna de bens de capital. Somente importação de bens de capital cresceu no período.

A balança de bens e serviços registrou uma alta de 1,8% nas exportações, enquanto as importações recuaram 13,2%. “Essa alta nas exportações tem muito a ver com as commodities, produtos alimentícios e petróleo. Já as importações caíram em vários setores, de veículos, toda a parte de serviço, viagens, já que tudo parou devido à pandemia”, disse a coordenadora de Contas Nacionais.

No acumulado do primeiro semestre, o PIB caiu 5,9% em relação ao mesmo período de 2019, com desempenho positivo da agropecuária (1,6%). Na indústria (-6,5%) e nos serviços (-5,9%) os resultados foram negativos.

“Essa foi a primeira taxa semestral negativa desde 2017, quando estávamos saindo da crise econômica que ocorreu, principalmente, entre 2015 e 2016. Agora, voltamos a uma nova queda no PIB”, conclui Rebeca Palis.

(Com informações do IBGE).

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