Economia

Brasil registra maior recessão econômica desde 2015

No primeiro trimestre deste ano, o PIB teve queda de 1,5%. Projeções de mercado apontam retração de 10% no segundo trimestre

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Evaristo Sá/AFP)
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Após um período de expansão econômica de 12 trimestres, o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre de 2020. As informações foram divulgadas pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), órgão ligado ao Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

No período, o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 1,5% na comparação com os três meses anteriores. O valor representa a maior queda desde a retração de 2,1% no segundo trimestre de 2015.

As projeções de mercado indicam que o segundo trimestre deste ano deve ter retração de 10%, devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia.

Rombo nas contas públicas

A recessão econômica brasileira é acompanhada por um rombo nas contas públicas do governo federal. O Tesouro Nacional revelou nesta segunda-feira 29 que, em maio, o déficit primário ficou em R$ 126.6 bilhões. O valor supera com folga o dado do ano completo de 2019, que ficou negativo em R$ 95 bilhões.

Desde o início da pandemia do coronavírus, o governo abriu mão da agenda de ajuste fiscal e a limitação de gastos públicos. Com o dado de maio, o rombo fiscal acumulado deste ano já totaliza R$ 222,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, o país registrou um déficit de 17,5 bilhões.

 

Contam para o déficit as medidas emergenciais adotadas pelo governo durante a pandemia do coronavírus, sendo o gasto mais expressivo a renda básica emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais, que já supera R$ 150 bilhões. A possível do benefício, em análise pelo governo, elevaria a despesa em mais R$ 100 bilhões.

Também incide o fatos dos estados terem diminuído a sua arrecadação de tributos, com o fechamento das atividades comerciais e empresas, dadas as medidas de contenção ao vírus.

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