Economia

Após 25 meses de alta, inflação recua pela primeira vez em julho

Índice de preços registrado no mês foi o menor desde o início da série histórica do IBGE, em 1980

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, foi de -0,68% em julho deste ano, segundo o boletim divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira 9. O volume negativo representa o primeiro recuo na taxa após 25 meses seguidos de alta.

Ainda de acordo com o IBGE, no ano de 2022, a inflação acumulada é de 4,77%. Já nos últimos 12 meses, o acumulado da taxa ainda é de dois dígitos, 10,07%, uma desaceleração quando comparado aos 12 meses anteriores, quando o IPCA foi de 11,89%.

A queda se deve, principalmente, pela redução dos preços dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, caiu 15,48%, e o etanol, 11,38%. “A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 ponto percentual. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%”, destaca o IBGE em seu comunicado.

Pedro Kislanov, o gerente da pesquisa, também reforça que os cortes no ICMS contribuíram com os únicos dois recuos registrados nos nove grupos de produtos e serviços monitorados. Ele ainda atribui a redução no grupo de Habitação à ‘aprovação, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), das revisões tarifárias extraordinárias de dez distribuidoras espalhadas pelo país, o que acarretou redução nas tarifas a partir de 13 de julho’.

“Nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica o pesquisador.

Os outros sete grupos de produtos e serviços monitorados pelo IBGE apresentaram alta. A maior aceleração foi registrada nos Alimentos e Bebidas, com alta de 1,3%, puxada, em especial, pelos preços do leite longa vida e seus derivados, como queijo e manteiga. “Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 p.p. no IPCA de julho”, diz o relatório.

Há ainda avanços de preços significativos nas Despesas Pessoais, com alta de 1,13%, nos Vestuários, com aumento de 0,58%, e no setor de Saúde e Cuidados Pessoais, avanço de 0,49%.

No que diz respeito aos índices regionais monitorados, todas as áreas pesquisadas tiveram variação negativa em julho. A menor foi registrada em Goiânia, com queda de 2,12%, e a maior foi em São Paulo, com queda de apenas 0,07%.

Além do IPCA, o instituto também divulgou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de -0,6% em julho. Essa é a menor variação registrada desde o início da série histórica, iniciada em abril de 1979. O índice acumula alta de 4,98% no ano e de 10,12% nos últimos 12 meses.

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