Diversidade

Pastora Ana Paula Valadão diz que Aids é consequência do pecado dos LGBTs

A religiosa enxerga a morte causada pelo vírus como uma punição de Deus

Pastora Ana Paula Valadão diz que Aids é consequência do pecado dos LGBTs. Foto: Divulgação.
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O nome da pastora mineira Ana Paula Valadão é o assunto mais comentado no Twitter deste sábado 12. Isso porque a religiosa fez um comentário LGBTfóbico no programa Diante do Trono, apresentado por ela na Rede Super.

“Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. A qualquer outra opção sexual é uma escolha do livre-arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências”, disse a religiosa.

Em um outro momento do vídeo, Ana Paula demonstrou não ter conhecimento sobre o HIV e destilou preconceito em sua fala. “Qualquer escolha contrária ao que Deus determinou como ideal chama de pecado. O pecado tem uma consequência que é a morte. Ta ai a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa enfermidade que leva a morte, contamina as mulheres. Enfim, não é o ideal de Deus”, afirmou.

Não há ainda informação sobre a data em que o programa foi ao ar. No entanto, o vídeo viralizou nas redes sociais neste sábado.

Preconceito em família 

Nesta sexta (10), o irmão de Ana Paula, o também pastor André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, declarou que gays não podem frequentar a igreja, mas somente, um clube gay.

“Entendi. São gays. A igreja tem um princípio bíblico. E a prática homossexual é considerada pecado. Eles podem ir para um clube gay ou coisa assim. Mas na igreja não dá. Esta prática não condiz com a vida da igreja. Tem muitos lugares que gays podem viver sem qualquer forma de constrangimento. Mas na igreja é um lugar para quem quer viver princípios bíblicos. Não é sobre expulsar. É sobre entender o lugar de cada um”, respondeu Valadão.

Em entrevista ao portal G1, a vice-presidente da Comissão de Diversidade e Gênero da OAB-MG, Emilia Viriato, afirmou que a mensagem de Valadão “atingiu a coletividade”. “Nós vamos apurar os fatos, é uma questão de direito”, afirmou.

Em maio de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu enquadrar a homotransfobia na Lei de Racismo, que prevê de 1 a 5 anos de prisão, e julgou o Poder Legislativo como omisso em relação a votar uma lei específica para a proteção da comunidade LGBT+.

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