Diversidade

8 de março: ato em SP engrossa protestos contra Reforma da Previdência

Marcha Contra Bolsonaro vai às ruas e promete coro contra a retirada de direitos

(Foto: Mídia Ninja)
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No dia 13 de fevereiro de 2015, as mulheres protagonizaram – com rapidez impressionante – atos por todo o Brasil em oposição ao então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB). Cunha articulara a aprovação de um projeto de lei restringindo o acesso de vítimas de estupro a cuidados básicos, além de dificultar o acesso à pílula do dia seguinte.

“Cunha sai, a pílula fica” e “Meu útero não é da Suíça para ser da sua conta” eram alguns dos bordões das manifestações. Mas o movimento ficou de fato conhecido como “Mulheres contra Cunha”, e foi eficiente em impedir que o projeto fosse adiante, além de lançar fogo em direção a uma peça chave no iminente impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Esse foi um dos momentos mais potentes do movimento feminista nos últimos anos, e talvez o mais efetivo.

Nos atos do 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher, elas reeditam o lema, agora em oposição ao que consideram a maior ameaça: o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Mulheres contra Bolsonaro” pretende ser, no entanto, mais do que um movimento contra a figura do presidente, mas contra a pauta conservadora e moralista que ele e sua base representam neste momento.

A defesa de uma “previdência pública, solidária e universal” está entre as principais bandeiras. A expectativa dos movimentos sociais é que o 8 de março, a exemplo de outros anos, inaugure uma agenda de protestos contra a proposta de Reforma da Previdência feita pelo governo.

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“As empresas devem muito ao governo, mas quem vai pagar a conta somos nós, trabalhadoras e trabalhadores. Avaliamos que a democracia, de modo geral, está fraca. A morte da Marielle fere a democracia, assim como o Lula não poder ser presidente e um candidato ganhar as eleições em cima de fraudes. A democracia já deve muito às mulheres, e quanto menor, pior para nós”, afirma Sônia Coelho, da Sempreviva Organização Feminista (SOF).

Repressão

Uma única vez, em 2007, quando o ato do 8 março criticou o presidente dos Estados Unidos, na época George W. Bush, houve repressão às mulheres. De modo geral, elas sempre puderam sair às ruas no Brasil no 8 de março sem enfrentar problemas. Hoje, a organização leva em conta esse histórico, mas elas não desconsideram que o Brasil atravessa diversas mudanças sociais, e que os ativistas estão cada vez mais em risco.

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“Estamos preocupadas, mas entendemos que o primeiro passo para evitar a repressão é justamente a mobilização. Um ato bem organizado é mais difícil de reprimir. Vai depender de como o João Doria lida com a contestação das mulheres”, afirma Débora Pereira, que faz parte da organização do 8M em São Paulo.

Em São Paulo, o ato do 8M se concentrará no vão livre do Masp, a partir das 16h. A marcha segue para o centro de São Paulo, com encerramento na praça Roosevelt.

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